Justiça
Homem é condenado a 17 anos de prisão por morte da esposa
Maria do Socorro sofria violência doméstica e foi morta dentro de casa, em Arapiraca
A Justiça em Alagoas condenou José Dernival Pereira Silva a uma pena de 17 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato da companheira dele, Maria do Socorro, praticado em 2011 no município de Arapiraca. O julgamento aconteceu nesta segunda-feira,7. Em função do tempo passado, o réu não teve acrescido na pena os anos previstos em caso de feminicídio. Ele foi condenado pelo assassinato por motivo torpe e recurso que impossibilita a defesa da vítima.
Segundo o promotor de Justiça Ivaldo Silva, o crime foi em 2011, antes, portanto, da reforma do Código Penal, que passou a prever a qualificadora do feminicídio. "Cabe pontuar, que desde 2024, com outra alteração no Código Penal, o feminicídio passou a ser crime autônomo em relação ao homicídio qualificado comum, com pena de 20 a 40 anos de reclusão, contudo a lei não pode retroagir para prejudicar o réu”.
A vítima e seu algoz iniciaram o relacionamento em 2005. Ela já tinha um filho de quatro anos e uma menina de seis meses. Passados seis anos de convivência, no dia 20 de junho de 2011, ela foi encontrada morta dentro de casa. “Todas as testemunhas afirmaram que a vítima era constantemente agredida e que o réu sempre ameaçava que, se a vítima o deixasse, a mataria”, ressalta o promotor.
Consta nos autos que, no dia do crime, o filho de Maria Socorro, então com 10 anos, ao chegar em casa no final da tarde, viu a mãe e o homicida ingerindo bebida alcoólica na área da residência. Ambos teriam se recolhido ao quarto cedo, por volta das 18h. A criança, como de costume, antes de deitar, bateu à porta do quarto para avisar que ia dormir e pedir a benção. O garoto disse que ouviu o criminoso falar em tom ríspido: “pode responder”. E Maria do Socorro teria respondido: “Deus te abençoe”.
Na manhã seguinte, ao se dirigir ao quarto da genitora, o menino a encontrou morta com um tiro na cabeça. José Denirval já havia se evadido do local. Próximo à vítima foram encontrados, também, estilhaços de garrafa de bebida alcoólica.
“Os filhos, hoje o rapaz com 24 e a menina com 20, acompanharam o julgamento, notadamente emocionados. O Ministério Público cumpriu o seu papel e a justiça foi feita amenizando a dor irreparável que eles carregarão para o resto da vida”, conclui o promotor Ivaldo Silva.