Câmara dos Deputados

Arthur Lira é acionado nos bastidores para intermediar impasses na Câmara

Ex-presidente da Câmara articulou com líderes da oposição para liberar a Mesa Diretora
Por Redação 10/08/2025 - 10:28
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Marina Ramos / Agência Câmara
Hugo Motta e Arthur Lira
Hugo Motta e Arthur Lira

Mais de cinco meses após deixar o comando da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) mantém influência no Congresso articulando com aliados do governo e da oposição. Na semana passada, ele foi procurado por líderes oposicionistas para intermediar o fim de um impasse que paralisou a Casa por dois dias. O acordo permitiu que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), retomasse a condução dos trabalhos. As informações são do site Folha PE.

A oposição buscou Lira após ele criticar, na véspera, a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. No encontro, o deputado pediu o fim do protesto em troca de apoio a pautas do grupo, como o fim do foro privilegiado e a discussão da anistia a investigados por tentativa de golpe. Também incluiu na negociação a chamada PEC da Blindagem, que exige autorização do Legislativo para que parlamentares sejam investigados e restringe prisões a casos de flagrante ou crimes inafiançáveis.

Sem a presidência da Câmara, Lira tem usado a ofensiva da oposição contra o Supremo Tribunal Federal para ampliar apoio à PEC. A expectativa é que a proposta, assim como o fim do foro privilegiado, seja discutida na reunião de líderes desta semana e votada em seguida. Procurado, Lira não comentou.

O governo também foi beneficiado pelo acordo, que liberou a pauta para votações de seu interesse. Entre elas, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, relatada por Lira e considerada prioridade pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta precisa ser aprovada até setembro para entrar em vigor em 2026.

O relatório favorável à medida foi apresentado no mesmo dia em que Lula indicou a procuradora de Justiça de Alagoas Maria Marluce Caldas para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A escolha ocorreu em meio a negociações políticas no estado, envolvendo o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), sobrinho de Maria Marluce, que se comprometeu a não disputar as próximas eleições.


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