INVESTIGAÇÃO
Empresário alagoano preso pela PF ostentava joias de Neymar e mansão
Investigado é acusado de chefiar esquema bilionário de corrupção na mineração
Preso na quarta-feira, 17, durante uma operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), o empresário alagoano Alan Cavalcante do Nascimento é apontado como líder de uma organização criminosa responsável por um suposto esquema de corrupção envolvendo servidores públicos e empresários da mineração em Minas Gerais.
De origem humilde em Arapiraca, no interior de Alagoas, Alan viveu em uma edícula simples antes de ascender ao topo do setor minerador. Sua trajetória, no entanto, foi acompanhada por um estilo de vida extravagante, com festas luxuosas, patrimônio milionário e aquisições chamativas. Entre elas, a compra de um blazer e um cordão de diamantes usados por Neymar, arrematados em um leilão beneficente do jogador por R$ 1,2 milhão.
Vida de luxo em Alagoas
O empresário promoveu festas de até três semanas em sua mansão de três andares no condomínio Laguna Heliport, um dos mais caros de Alagoas. Os eventos incluíam pool parties, passeios de catamarã e shows de artistas famosos.
Seu réveillon se tornou tradicional, reunindo cerca de 500 convidados. Em 2023, a banda Saia Rodada se apresentou, com cachê estimado em até R$ 400 mil. Formalmente, Alan detém 38 empresas, com capital social que ultrapassa os R$ 100 milhões.
Fortuna na mineração
Apesar de não ter experiência no ramo até o início da década de 2010, Alan acumulou lucros superiores a R$ 1,5 bilhão em supostos esquemas fraudulentos ligados à mineração. Ele é dono de quatro jazidas na Serra do Curral, em Minas Gerais, área de preservação alvo de exploração.
As empresas ligadas a seu grupo foram autuadas 18 vezes e multadas em R$ 2,6 milhões por crimes ambientais, incluindo extração ilegal de água e desmatamento de 67 hectares de mata nativa.
De acordo com a investigação, o esquema envolvia corrupção de servidores para obtenção de licenças ambientais fraudulentas, uso de “laranjas” em empresas e lavagem de dinheiro por meio da compra de imóveis de luxo.