Tradição de fé

Município alagoano anuncia nova edição da tradicional Missa do Vaqueiro

Evento atrai multidão a Maribondo com procissão a cavalo no dia de Nossa Senhora Aparecida
Por Redação com assessoria 01/10/2025 - 13:26
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Assessoria
Missa do Vaqueiro, em Maribondo, atrai multidão para procissão
Missa do Vaqueiro, em Maribondo, atrai multidão para procissão

Tradicional no calendário de Maribondo, o mês de outubro é marcado pelas festividades religiosas em alusão à Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. O costume caiu no gosto popular e há 20 anos no dia 12 de outubro, feriado nacional, é realizada a Missa do Vaqueiro, celebração que promete reunir fiéis e participantes de várias localidades para um momento de fé e união.

Em 2025 acontecerá a 18ª edição da cavalgada, que por dois anos não pôde acontecer em formato de missa por conta da pandemia. A programação consiste em uma procissão com imagem de Nossa Senhora a frente e com os fiéis seguindo a cavalo o percurso. Um dos organizadores, Lauro Antônio, conta que o evento começou após conhecerem a maior Missa do Vaqueiro do Brasil, realizada na Serrita, em Pernambuco. “Nos reunimos na minha casa, perguntamos ao padre se a gente conseguia fazer e na primeira edição já fomos bem abraçados pelo povo e pelos vaqueiros do campo”, conta.

Os organizadores dão conta de reunir pessoas de várias regiões, que se deslocam a cada edição em um momento de fé e louvor. “Essa festa é mais voltada pra os vaqueiros, para o pessoal que trabalha no campo. Um pessoal que tem fé e não anda muito em missa. Assim, é um incentivo de trazer esse pessoal pra perto. É uma festa que a gente faz pra abraçar todo mundo. E vem gente de todo tipo e lugar”, destaca o organizador.

Em sua última edição, a Missa do Vaqueiro reuniu cerca de 1.600 pessoas em cavalos, com um recorde registrado de 2.000 animais. Todos os anos é feita uma concentração às 8h30 na Praça de Eventos de Maribondo, com a saída acontecendo pontualmente às 9h. O percurso dura em torno de 1h20, em ritmo de cavalgada, mas a passos lentos, percorrendo as principais ruas da cidade. Após a procissão, é feita uma missa campal no mesmo local da saída.

“Essa é uma missa diferente, com ofertório e músicas voltadas para o vaqueiro. Tem verso entoado no meio da missa, tudo para ser mais atrativo e com a cara do vaqueiro nordestino”, explica Lauro Antônio.

Um dos destaques é a presença cada vez maior de mulheres e crianças, que hoje já é estipulado como 40% do público. Além disso, muitas pessoas também seguem o trajeto a pé, pagando promessas. “A maioria das pessoas ainda vai a cavalo, mas hoje a quantidade de pessoas que vão a pé aumentou. Nessas celebrações é difícil ver uma quantidade boa de mulheres e crianças, mas na Missa do Vaqueiro tem muitas famílias. Como é algo religioso, não tem bebida e nem festa depois, isso tem atraído o público feminino, infantil e idoso. É algo muito bonito de ver”, salienta o organizador.

O evento tomou proporções tão grandes que hoje é referência e atrai público de cidades vizinhas. “Não dá para numerar, mas vem gente de Jaramataia e até Santana do Ipanema. É algo que já virou patrimônio cultural da cidade e de Alagoas e não tem apoio político nenhum. A gente tenta não ter vínculo político, principalmente pra não dividir. Nós só somamos e abraçamos todo mundo que soma”, finaliza.


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