Justiça
Réus negam participação na morte de torcedor do CSA durante júri popular
Acusados de matar “Peu”, em 2023, afirmam inocência e dizem ter sido vítimas e coerção policial
Dois homens acusados de assassinar o torcedor do CSA, Pedro Lúcio dos Santos, conhecido como “Peu”, negaram participação no crime durante o júri popular realizado nesta quinta-feira, 2, no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió.
Milton declarou que é vítima de um erro judicial:
— “Eu estava dormindo, fui acordado com dois rapazes dizendo que minhas fotos estavam circulando em grupos de WhatsApp, me apontando como autor. É uma injustiça, porque eu estava em casa. Estou em um presídio por um crime que não cometi. Não tenho passagens pela polícia, nunca fui chamado a uma delegacia”, disse.
Ele ainda alegou que no dia da morte de Peu estava em uma sorveteria com uma jovem, longe do Estádio Rei Pelé, onde o crime ocorreu.
Jonas também se declarou inocente e acusou a polícia de tê-lo coagido:
— “Não tenho nada a ver com isso. Eu fui agredido e obrigado a confessar algo que não cometi”, afirmou. O réu contou ainda que estava em um bar na Mangabeiras com um amigo — que chegou a ser acusado, mas acabou absolvido.
Em depoimento, Jonas lamentou o impacto da prisão:
— “Enquanto eu estava preso, perdi meus avós e não pude me despedir. Desde então não vejo meu filho, que é autista. Ele pergunta pela minha ausência e não entende”.
O crime
Peu foi assassinado no dia 4 de maio de 2023, após a partida entre CSA e Confiança. O torcedor foi brutalmente espancado com barras de ferro, pedras e paus em um churrasquinho próximo ao Estádio Rei Pelé.
A advogada de defesa dos réus, Ana Neli Viana, disse acreditar na absolvição, alegando que não existem provas que incriminem Milton e Jonas.