Saúde pública

Brasil registra 59 notificações de intoxicação por metanol

Ministério da Saúde reforça estoques de etanol farmacêutico
Por Larissa Cristovão - Estagiaria sob supervisão 02/10/2025 - 18:25
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Agência Brasil
O ministro Alexandre Padilha, durante entrevista para falar sobre os casos de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol
O ministro Alexandre Padilha, durante entrevista para falar sobre os casos de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol

O Brasil contabiliza 59 notificações de intoxicação por metanol até a tarde desta quinta-feira, 2, segundo informou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em coletiva de imprensa. Dessas, 11 já tiveram a presença da substância confirmada em exames laboratoriais.

De acordo com o balanço, 53 registros ocorreram em São Paulo, cinco em Pernambuco e um no Distrito Federal. Diante do avanço dos casos, o Ministério da Saúde instalou uma “sala de situação” para monitorar a crise e coordenar medidas junto a estados e municípios.

Como resposta imediata, a pasta anunciou a ampliação do estoque de etanol farmacêutico, utilizado como antídoto nos casos de ingestão de metanol. Foram adquiridas 4.300 novas ampolas, que ficarão disponíveis em hospitais universitários federais e poderão ser enviadas, sob demanda, para unidades de saúde que não tenham o produto.


Por que o metanol é perigoso?

O metanol é um álcool usado na indústria, presente em solventes e outros produtos químicos. Quando ingerido, é convertido pelo fígado em substâncias altamente tóxicas, que podem causar cegueira, insuficiência renal, coma e até morte.

O etanol farmacêutico atua como antídoto porque compete com o metanol no processo de metabolização, impedindo a formação de ácido fórmico, responsável pelos efeitos mais graves. Quanto mais rápido o tratamento for iniciado, maiores são as chances de evitar mortes e sequelas.

O ministro também destacou que a Anvisa mapeou 604 farmácias no país capazes de produzir o etanol farmacêutico. Entre elas, algumas serão definidas como referência em todas as capitais para atender rapidamente aos pedidos de estados e municípios.

Além do etanol, o governo avalia a importação do fomepizol, outro antídoto recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O medicamento é mais simples de administrar, mas ainda não está disponível no Brasil.

Padilha ressaltou ainda a importância da investigação da origem das bebidas. “O profissional de saúde deve perguntar o que a pessoa ingeriu. Se foi em uma festa, identificamos de onde veio a bebida e quem forneceu, permitindo o rastreamento”, disse.

A sala de situação será composta por representantes dos ministérios da Saúde, Justiça e Segurança Pública, Agricultura e Pecuária, além da Anvisa, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Conass, Conasems e das secretarias estaduais de São Paulo e Pernambuco.


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