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Osman Ramires alerta: “O bairro do Farol virou uma zona fantasma”

Presidente da Ademi-AL cobra atualização do Plano Diretor de Maceió
Por Redação 06/11/2025 - 06:27
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Reprodução
Osman Ramires, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas (Ademi-AL)
Osman Ramires, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas (Ademi-AL)

O empresário Osman Ramires, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas (Ademi-AL), defendeu a atualização urgente do Plano Diretor de Maceió, em vigor há quase duas décadas. Em entrevista à imprensa, ele alertou que o atraso na revisão do documento compromete o desenvolvimento urbano e afasta investimentos e falou sobre a situação do Farol, afetado pelo afundamento dos bairros adjacentes pela mineração da Braskem.

Segundo Ramires, o setor imobiliário quer participar tecnicamente da elaboração do novo texto, mas exige transparência e diálogo por parte do poder público. “O que pedimos é clareza no processo. Maceió precisa crescer de forma ordenada e sustentável”, afirmou.

O empresário criticou os parâmetros preliminares do novo plano, apontando que algumas exigências inviabilizam projetos até em áreas consolidadas, como Ponta Verde e Jatiúca. “Há regras copiadas de outras cidades, sem considerar a realidade da malha urbana local”, disse. Ele também defendeu a redução da burocracia nos licenciamentos ambientais e urbanísticos, que, segundo ele, “demoram mais do que a própria construção de um prédio”.

Ramires também abordou o debate sobre os chamados ‘espigões’, termo que considera usado de forma equivocada. “Edifícios altos, quando planejados dentro da lei, preservam mais áreas verdes e garantem ventilação adequada. O problema não é a altura, mas a falta de ordenamento urbano. Em Maceió, não existem espigões — existem construções equilibradas, que respeitam o entorno”, pontuou.

Durante a entrevista, o empresário ressaltou ainda que a construção civil é um dos principais motores econômicos da capital, mas enfrenta paralisações de obras por entraves judiciais e ambientais. Ele defendeu a revitalização do Centro e o avanço de novas frentes urbanas no litoral norte, desde que acompanhadas de segurança jurídica. “Enquanto o Plano Diretor não for aprovado, ficamos todos de mãos atadas”, disse, enfatizando a necessidade de um debate técnico na Câmara Municipal.

Ao comentar os impactos da tragédia da Braskem, Ramires foi enfático ao tratar da situação do bairro do Farol. “A região virou uma zona fantasma. Hoje, ninguém compra, ninguém vende e ninguém constrói ali. É preciso devolver àquela área o direito de existir”, lamentou. A entrevista foi concedida ao CM Cast, programa de entrevistas do portal CadaMinuto, conduzido pelos jornalistas Carlos Melo e Ricardo Mota.


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