A greve dos funcionários no Hospital Veredas, em Maceió, completa 15 dias nesta quinta-feira, 267, sem que haja nenhum sinal, por parte da gestão, que indique uma solução próxima. Os funcionários do hospital denunciam 4 meses de atraso nos salários e o não pagamento do piso da enfermagem. 

Em protesto pacífico, seguem bloqueando parte da Av. Fernandes Lima e exigindo respeito, dignidade e solução para o problema.

Nesta sexta-feira, 28, o Hospital Veredas completa um ano que a unidade está sob intervenção determinada pela Justiça Federal, que impôs a supervisão da gestão por uma comissão interventora. A crise econômica e administrativa, o atraso de salários e suspensão de atendimentos, especialmente em áreas como oncologia pediátrica, levou à intervenção para evitar o colapso na unidade, que deveria funcionar como suporte ao Hospital Geral do Estado (HGE). 

O hospital enfrenta a maior crise de sua história. A instituição possui 300 leitos, sendo a maioria deles (227), destinados aos pacientes do SUS. Com a greve, apenas 30% dos serviços considerados essenciais estão funcionando no hospital.

Segundo o Sateal, sindicato dos profissionais, mesmo com a intervenção os problemas se agravaram no hospital. A paralisação expõe não apenas a fragilidade financeira da unidade, mas também a precarização das condições de trabalho de profissionais que lidam diariamente com vidas.

O presidente do Sateal, Mário Jorge, destacou a gravidade da situação e a humilhação enfrentada pelos trabalhadores. “Estamos falando de profissionais que dedicam suas vidas à saúde da população e que hoje precisam cobrar o básico: o pagamento de salários. Salário é de natureza alimentar, não pode ser tratado como favor. É inadmissível que esses homens e mulheres estejam passando por necessidades e constrangimentos para receber o que lhes é de direito.”

A crise no Hospital Veredas, que já chegou a ser referência em atendimento hospitalar em Alagoas, coloca em risco não apenas os trabalhadores, mas também a população que depende dos serviços da unidade.

Os sindicatos e representantes das categorias profissionais afirmam que a mobilização só deve terminar quando houver garantia de pagamento integral dos salários atrasados e do piso da enfermagem, além de medidas efetivas para assegurar a retomada integral das atividades do hospital.