Com a chegada de um novo ano, o pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) volta a pesar no orçamento das famílias brasileiras. A despesa, que coincide com gastos típicos do início do ano — como matrícula escolar, material didático e despesas pós-festas — exige planejamento para evitar desequilíbrios financeiros.

Segundo a metodologia da DSOP Educação Financeira, criada por Reinaldo Domingos, a escolha entre pagar o imposto à vista ou parcelado deve ser feita de forma consciente, levando em conta a realidade financeira de cada pessoa. “A educação financeira não é sobre cortar gastos, mas sobre fazer escolhas inteligentes. Antes de decidir como pagar o IPVA, é preciso entender a própria situação financeira e avaliar os impactos no curto, médio e longo prazo”, afirma Domingos, que é PhD em Educação Financeira e presidente da DSOP.

O primeiro passo, segundo o especialista, é realizar um diagnóstico financeiro. Quem possui as contas em dia e mantém uma reserva financeira pode se beneficiar do pagamento à vista, especialmente quando há desconto oferecido pelo estado. No entanto, para quem já compromete grande parte da renda mensal ou não possui reserva, o parcelamento pode ser a alternativa mais segura para evitar desequilíbrios ao longo do ano.

Outro ponto importante é avaliar onde o dinheiro está aplicado. Se os recursos destinados ao IPVA estão parados em conta corrente ou aplicados com rendimento inferior ao desconto concedido, pagar à vista pode ser financeiramente mais vantajoso. Por outro lado, se o valor estiver investido com rentabilidade superior ao abatimento oferecido, manter o parcelamento pode ser a escolha mais racional.

Reinaldo Domingos destaca ainda que a reserva financeira não deve ser usada de forma impulsiva. “Poupar não é apenas guardar dinheiro, mas proteger sonhos e objetivos. Usar toda a reserva para pagar um imposto pode comprometer planos importantes, como educação, viagens ou aposentadoria”, explica.

As regras do IPVA variam conforme o estado. Em São Paulo, por exemplo, o desconto para pagamento à vista em 2025 é de 3%, com possibilidade de parcelamento em até cinco vezes. Em outras unidades da federação, os abatimentos podem chegar a 10% ou até 15%, o que altera significativamente a análise financeira.

Para o especialista, mais do que decidir entre pagar à vista ou parcelar, o IPVA deve servir como um exercício de organização financeira. “Planejar é essencial para tomar decisões conscientes e sustentáveis. Antecipar despesas previsíveis fortalece o controle do orçamento e contribui para uma vida financeira mais equilibrada”, conclui.