JUSTIÇA
Dodge pede arquivamento de delação sobre ministros do STJ e do TCU

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento preliminar de trechos da delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro com acusações ao ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins, atual corregedor da Corte, e ao atual presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro.
Segundo a delação de Léo Pinheiro, a OAS pagou R$ 1 milhão ao advogado Eduardo Martins, filho do ministro do STJ Humberto Martins, em troca da interferência dele para atrasar a tramitação de um processo de relatoria do seu pai.
No outro anexo, Léo Pinheiro relata que a OAS buscou o ministro do TCU José Múcio Monteiro para reverter um impedimento da participação da empreiteira nos leilões de privatização dos aeroportos e que fez pagamentos de propina. Raquel Dodge considerou que as provas apresentadas nestes quatro anexos de Léo Pinheiro eram insuficientes.
Martins, por meio de sua assessoria de imprensa, negou irregularidades: “O ministro nunca tomou conhecimento oficial da existência de uma delação supostamente envolvendo seu nome, menos ainda do arquivamento. As matérias da imprensa sobre essa questão sempre foram recebidas com surpresa, já que o ministro nunca teve qualquer relacionamento pessoal ou profissional com funcionários da OAS(...)”. Múcio também negou qualquer ilícito: “(...)A decisão do TCU impediu a participação da empresa no leilão com proposta superior ao percentual estabelecido (...) Embora não tenha tido acesso a suposta delação, afirmo que nunca recebi ou intermediei qualquer pagamento de empresas interessadas em processos”