SEM GANHO REAL
Salário de 25% das categorias subiu menos que a inflação

As negociações salariais firmadas entre patrões e funcionários no ano passado resultaram em reajustes abaixo da inflação para 25% das categorias de profissionais. Outras 25,6% receberam a reposição da inflação e a maioria dos acordos (49,4%) resultou em ganhos acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), correspondente à inflação paga às famílias de baixa renda.
Em 2018, 75,5% das áreas de atuação tiveram altas salariais superiores à inflação e 14,6% foram agraciadas com reajustes iguais ao INPC. No período, somente 9,9% deixaram o ano com perda real.
O Salariômetro aponta também que o reajuste médio pago aos trabalhadores ficou na casa dos 4,3% no ano passado, valor 1,1 ponto percentual superior às negociações firmadas em 2018.
O indicador mostra ainda que o piso médio salarial dos trabalhadores brasileiros passou de R$ 1.261 para R$ 1.299 em 2019, valor que corresponde a uma alta pouco superior aos 3%. Entre todos os acordos celebrados no ano passado, 23 deles resultaram na redução de jornada e salário dos profissionais.
Na análise por categorias, amargaram as maiores perdas reais os trabalhadores ligados ao agronegócio da cana (-1,07), empregados domésticos (-0,44%) e lavanderias e tinturarias (-0,11%). De acordo com o índice, os reajustes menores foram compensados por benefícios maiores, como vale-alimentação, hora-extra e banco de horas.
Por outro lado, os maiores reajustes foram realizados para atuantes em condomínios e edifícios (+1,08%), limpeza urbana (0,7%), indústria cinematográfica e fotografia (0,69%) e distribuição cinematográfica (+0,63%).
Para este ano, as perspectivas do Salariômetro indicam que os trabalhadores só devem voltar a ter reajustes acima do INPC após o mês de abril, quando a inflação deve voltar a figurar abaixo dos 4% no acumulado dos últimos 12 meses.