LIGADO AOS BOLSONAROS

PC do Rio omitiu menção ao Planalto em escutas sobre morte de ex-PM

Por Redação com Folha de S. Paulo 07/04/2022 - 13:35

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Adriano da Nóbrega era chefe do Escritório do Crime
Adriano da Nóbrega era chefe do Escritório do Crime

A Polícia Civil do Rio de Janeiro omitiu do relatório sobre as escutas telefônicas da Operação Gárgula a menção ao Palácio do Planalto feita pela irmã do ex-policial militar Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro de 2020. A informação foi revelada nesta quinta-feira, 7, pela Folha de São Paulo.relacionadas_esquerda

Áudios divulgados ontem pelo jornal revelam que o Palácio do Planalto teria oferecido cargos comissionados em troca da morte do ex-capitão. O ex-policial foi morto após um suposto confronto com a Polícia Militar da Bahia. Ele era acusado de comandar a maior milícia do Rio de Janeiro e de estar envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco.

Segundo os áudios captados pela Polícia Civil do RJ e divulgados pelo jornal, Adriano sabia que o Planalto havia oferecido cargos comissionados em troca de sua execução. A informação foi compartilha pela irmã do ex-policial, Daniela Magalhães da Nóbrega, com uma tia.

No relatório da PC, a conversa entre Daniela da Nóbrega, irmã do ex-PM, e uma tia é classificada como de prioridade alta. Contudo apenas um resumo do diálogo entre Tatiana, outra irmã de Adriano, e a tia, ocorrido na mesma ligação, é descrito no documento.

“Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era um arquivo morto para todo mundo. Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto”, afirmou Daniela.

A ligação gravada foi realizada no dia 11 de fevereiro de 2020, dois dias após a morte de Adriano. As escutas foram autorizadas pela justiça e fazem parte da “Operação Gárgula”, que investigava o esquema de lavagem de dinheiro e a estrutura da fuga de Adriano.

O ex-capitão também era suspeito de envolvimento no esquema das “rachadinhas” no gabinete do então deputado estadual, hoje senador, Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em 2007, a ex-esposa de Adriano, Daniella Mendonça, assumiu um cargo no gabinete de Flávio; enquanto em 2016, a mãe do ex-PM também ganhou um cargo no gabinete.

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