QUEDA DE ENERGIA
ONS vê falha em rede da Eletrobras, mas não acha causas técnicas do apagão
Ministro de Minas e Energia defende investigação da PF
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta quarta-feira, 16, que o Operador Nacional do Sistema (ONS) ainda não encontrou as causas técnicas para o apagão nacional que afetou cerca de 29 milhões de unidades consumidoras na terça-feira, 15. Silveira afirmou que "mais do que nunca" a Polícia Federal deve apurar as razões que levaram à queda de energia.
"Mais do que nunca é necessária a participação [da PF], já que o ONS não apontou falha técnica que pudesse causar na dimensão que foi. Doutor Andrei [Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal] esteve comigo agora", continuou Silveira. O ministro disse que a Chesf admitiu um erro que não protegeu o sistema diante de uma sobrecarga. Mas isso não aparenta ser a causa inicial do apagão, segundo o ONS.
"A Chesf admitiu o erro que não protegeu o sistema adequadamente nessa linha de transmissão", completou.
Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS, que se reuniu com Silveira, também falou com a imprensa após o encontro. Questionado sobre possibilidade de ação ou falha humana, ele disse que, neste momento, nenhuma hipótese é descartada.
"ONS é órgão técnico, o RAP [relatório] é uma sequência de reuniões que são realizadas entre o ONS e agentes envolvidos. Faz análise técnica. Fator humano é fator analisado do ponto de vista técnico. Pode ter havido falha humana? Pode, mas hoje não podemos afirmar", disse Ciocchi.
O ONS explicou também qual foi a dinâmica da falha no Ceará. A linha de transmissão da Eletrobras "abriu". No jargão técnico, significa que a rede desligou. Só que isso é relativamente comum, segundo o ONS, e não causa apagão como foi o desta terça. O ONS ainda vai identificar por que a linha abriu em Quixadá e por que a abertura dessa linha ocasionou toda a reação em cadeia.
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