RENOVAÇÃO
Justiça Eleitoral recebeu mais de 53 mil novas urnas para as Eleições 2024
Expectativa é que todos os 219.998 novos equipamentos contratados estejam prontos até março do próximo anoA produção das urnas eletrônicas do modelo mais novo (UE2022) está a pleno vapor. Na fábrica da empresa Positivo Tecnologia, vencedora da licitação realizada em 2021, 326 funcionárias e funcionários se dividem em dois turnos para montar o equipamento, realizar atividades de controle de qualidade e planejar a logística de distribuição. Neste ano, 53.304 novas urnas eletrônicas foram entregues à Justiça Eleitoral.
A expectativa é que em março de 2024, as 219.998 urnas eletrônicas contratadas já estejam prontas para seguir até a sede de cada um dos regionais, responsáveis pela distribuição dos equipamentos nas seções eleitorais instaladas nos 27 Estados do país. É a segunda maior remessa de recebidas pela Justiça Eleitoral, ficando atrás apenas das 224.999 mil urnas UE2020, fabricadas para as Eleições 2022.
O motivo de tamanha mobilização é bastante nobre: renovar o parque de urnas que serão utilizadas pelo eleitorado no próximo pleito municipal, marcado para outubro do ano que vem. A UE2022 conta com as mesmas inovações tecnológicas implementadas na urna modelo 2020, que teve sua estreia nas Eleições Gerais de 2022. Além de serem mais ergonômicas, as urnas 2020 e 2022 possuem um processador mais potente e são 18 vezes mais rápidas do que o modelo anterior, fabricado em 2015.
Mecanismos de criptografia foram aprimorados
Outro importante diferencial está no aprimoramento dos mecanismos de criptografia. O algoritmo criptográfico usado na UE2022 e UE2020 é o tipo E521 (ou EdDSA), considerado um dos mais apurados do mundo.
Ambas as versões têm perímetro criptográfico certificado pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP Brasil). Isso significa que, ao avaliar o programa embarcado e o código-fonte, um laboratório certificado pelo Instituto Nacional de Pesos e Medidas (Inmetro) atestou o pleno atendimento aos requisitos estabelecidos pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), que define as regras da ICP-Brasil.
Mas as vantagens não param por aí. Com equipamentos mais modernos, quem ganha mesmo é o eleitorado brasileiro, como explicou o coordenador de Tecnologia Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rafael Azevedo. “Como 77% das urnas serão novas, dos modelos 2022 e 2020, a gente vai fazer uma eleição com um parque mais renovado, que tende a trazer mais estabilidade e conforto para o eleitor”, disse.
Testes funcionais analisam aplicabilidades do equipamento
Terminada a etapa de integração, o aparelho é ligado e se dá início aos testes funcionais. A urna é ligada a 90 volts durante 6 horas seguidas para a execução de intervenções automáticas e manuais, que incluem a verificação do teclado, feita por um operador de meia em meia hora. Se tudo estiver de acordo com o esperado, os equipamentos seguem para os testes finais, que repetem a sequência de análises anteriores.
O chefe da Seção de Tecnologia de Urnas Eletrônicas do TSE (STUE/TSE), Ivanildo Soares, explicou que o processo é todo encadeado e depende da finalização dos estágios anteriores para ter andamento. “Essa urna não consegue passar por uma etapa posterior se a etapa anterior não tiver sido concluída com sucesso”, contou.
Aprovadas nos testes funcionais e finais, as urnas recebem as tampas externas, são embaladas e identificadas conforme o lote de produção. Depois disso, ainda passam por uma auditoria realizada por servidores do Tribunal no galpão da empresa Positivo, na Bahia.
A fiscalização é feita de forma amostral. São examinadas 13 urnas de um lote de até 50 equipamentos. Caso esteja tudo certo, os aparelhos são encaminhados para os tribunais regionais eleitorais e, se houver alguma falha, voltam para o processo de produção. Resolvidos os problemas, os aparelhos são novamente submetidos à avaliação do TSE.
Urnas são certificadas quando chegam aos TREs
E aqui vai uma curiosidade: ao contrário do que dizem os boatos em circulação na internet, o único software que vem “de fábrica” é o sistema de teste de produção, cujo único objetivo é justamente a aplicação dos testes funcionais e finais, que servem para verificar se a urna funciona e se atende a todos os requisitos previstos no edital.
Quando chegam aos TREs, as urnas são primeiramente certificadas com certificados digitais gerados na sala-cofre do TSE e, depois disso, estão prontas para receber os softwares desenvolvidos pela Justiça Eleitoral.