DADOS DO IBGE

Jovens que não estudavam nem trabalhavam eram 10,9 milhões em 2022

Afazeres domésticos e cuidados com parentes mantiveram mulheres fora do trabalho
Por Redação com IBGE 06/12/2023 - 13:26
Atualização: 06/12/2023 - 13:28
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Dos 10,9 milhões de jovens que não estudavam nem trabalhavam em 2022, 43,3% eram mulheres pretas ou pardas
Dos 10,9 milhões de jovens que não estudavam nem trabalhavam em 2022, 43,3% eram mulheres pretas ou pardas

O número de jovens que não estudavam nem estavam ocupados no Brasil foi de 10,9 milhões em 2022, o que corresponde a 22,3% das pessoas de 15 a 29 anos de idade. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta quarta-feira, 6, pelo IBGE.

Do total, as mulheres de cor ou raça preta ou parda representavam 4,7 milhões (43,3%), enquanto as brancas formavam menos da metade desse montante: 2,2 milhões (20,1%). 

Outros 2,7 milhões (24,3%) eram homens pretos ou pardos e 1,2 milhão (11,4%) eram homens brancos. 

Afazeres domésticos e cuidados de parentes mantém mulheres jovens fora da força de trabalho

Em 2022, 4,7 milhões de jovens não tomaram nenhuma providência para conseguir trabalho e nem gostariam de trabalhar. Os motivos estão relacionados aos cuidados de parentes e com os afazeres domésticos para 2,0 milhões de mulheres, enquanto para 420 mil homens destaca-se o motivo por problema de saúde. Ambos os sexos também abordam o estudo por conta própria como um dos motivos para não querer trabalhar.

Já o contingente de jovens que querem trabalhar foi de 2,4 milhões, sendo que para as mulheres o cuidado e os afazeres domésticos também se destacam como principal motivo para 553 mil jovens, mas o fato de não haver trabalho na localidade atinge ambos os sexos, chegando a mais de 800 mil jovens nesta situação (356 mil homens e 484 mil mulheres).

47,8% dos jovens pobres fora da escola e do mercado de trabalho são mulheres pretas ou pardas


Do total de 10,9 milhões de jovens que não estudam e não estão ocupados, 61,2% eram pobres, com renda domiciliar per capita inferior a US$ 6,85 por dia, e 14,8% eram extremamente pobres, com renda domiciliar per capita abaixo de US$ 2,15 por dia, de acordo com as linhas de pobreza do Banco Mundial. No Nordeste, 75,5% dos jovens que não estudam e não estão ocupados estavam na pobreza e 22,5% na extrema pobreza.

Chama a atenção a condição dos jovens pretos ou pardos. As mulheres pretas ou pardas representavam 47,8% dos jovens pobres e 44,7% dos jovens extremamente pobres, seguidas dos homens pretos ou pardos, dos quais 33,3% estavam na pobreza e 26,6% na extrema pobreza.

Entre os homens pretos ou pardos, 20,2% eram extremamente pobres e 66,8% pobres. Entre as mulheres pretas ou pardas, eram 15,3% e 67,7%, respectivamente, ressaltando que elas representavam quase a metade dos jovens pobres fora do sistema de ensino e do mercado de trabalho, 43,3%, somando 4,7 milhões de pessoas.

Por nível de instrução, entre os jovens fora da escola e do mercado de trabalho com até o ensino fundamental incompleto, 23,0% eram extremamente pobres e 77,1% pobres. Dentre os que tinham ensino fundamental completo ou médio incompleto, eram 19,1% e 72,5%, respectivamente.

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