APÓS A BLACK FRIDAY

Especialista afirma que é possível manter descontos atrativos para festa de final de ano

Antônio Sá diz que é importante lançar novidades neste período, que deve movimentar mais de R$70 milhões com as compras de Natal
Por Maria Salésia 21/12/2023 - 19:12
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Assessoria
Centro de Maceió
Centro de Maceió

A Black Friday passou e o resultado não foi nada animador. Porém, a temporada de descontos em produtos ainda pode se manter no intervalo até o Natal e festas de final de ano. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), esse período deve movimentar mais de R$70 milhões com as compras de Natal, sendo que metade desse gasto pode ser atribuída ao pagamento do 13º salário.

Apesar disso, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), divulgado pela Confederação no final do mês passado, apontou uma queda de 1,9% na expectativa das empresas, em comparação a outubro, redução de 16,4% versus novembro de 2022, para 110,3 pontos. Esse é um demonstrativo de que os empreendedores devem começar o mês de dezembro com estoques mais cheios do que o esperado, devido à queda na demanda da Black Friday, a segunda pior da história, de acordo com os relatórios divulgados pelas empresas e associações do varejo.

Antônio Sá, especialista em varejo e sócio fundador da Amicci, afirma que as vendas no final de ano são apostas para qualquer empreendedor, independente do setor da economia. Porém, com taxas de juro altas, manter um estoque grande é pesado para o fluxo financeiro da empresa. E ensina que é importante lançar novidades neste período, já que vem uma baixa forte em janeiro. “É o momento para conseguir capitalizar as vendas. Tentar fazer algo diferente, com promoção atraente. Antecipar vendas de Natal com sugestões de presentes é o que de melhor o varejista pode fazer agora”, sugeriu Sá.

Assim, diz, depois de uma Black Friday em que os consumidores compraram menos, aproveitar essa lacuna antes do Natal é importante. Logo, o foco agora do empreendedor deve ser entender quais produtos têm melhores margens, existem elasticidades de venda e ao reduzir o preço, o consumidor leva um pouco mais.
Os fatores que impactaram o consumidor de ter feito uma Black Friday tão baixa, com redução de consumo, vão desde taxa de juros, dificuldade de pegar empréstimo e financiamento. “O consumidor muito endividado tem sido mais cauteloso e compra bens mais essenciais, do dia a dia”.

O especialista afirma que a aposta no décimo terceiro do consumidor é uma saída. Data de pagamento como 5º dia útil e pagamento do trabalhador público são datas em que o dinheiro é injetado na economia e esse é um momento também do varejista chamar o consumidor, já sugerindo e oferecendo ofertas relevantes.
De fato, o índice de confiança do consumidor continua baixo, vem de queda nos últimos meses, tudo em função de uma demanda fraca. Sem otimismo para os próximos meses, com retração do comércio e menor investimento, não é aconselhável estocar tanto.

Antônio Sá aponta que as principais dicas para o empresário neste final de ano é que se mantenha focado no básico, com estoque relevante, loja atrativa para o consumidor, além de cortar custos e despesas desnecessárias. Focar em produtos mais rentáveis, em sua própria marca, que fideliza o consumidor e beneficia compras mais baratas. Sem contar que se torna mais rentável para o varejo. “É hora de operar bem a loja com sortimento certo, ser bem cirúrgico e focar em venda”.

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