JUSTIÇA
Ilha de Marajó: famosos iniciam campanha após canção viralizar; veja quais
Influencers usam as redes para abordar assuntoNomes influentes das redes sociais e da mídia, como a influenciadora digital Virginia Fonseca e os ex-participantes do reality show Big Brother Brasil, Juliette, Rafa Kalimann e Eliezer, uniram forças para destacar e combater sérias questões sociais na Ilha de Marajó, localizada no Pará.
O movimento ganhou impulso após a apresentação da cantora Aymeê no programa "Dom Reality", onde sua música autoral "Evangelho de fariseus" menciona diretamente os problemas enfrentados na ilha amazônica. As informações são do site O Globo.
Aymeê trouxe à luz questões sociais e ambientais na Ilha de Marajó através de sua música, chamando a atenção para a exploração sexual de crianças e o tráfico de pessoas menores de idade. Durante sua performance, ela expressou preocupações sobre o tráfico de órgãos e a prevalência da pedofilia na região, desencadeando uma onda de discussões nas redes sociais.
Desde então, a campanha ganhou força com a adesão de personalidades como Rafa Kalimann e Juliette, que utilizaram suas plataformas nas redes sociais para amplificar as denúncias e exigir ações das autoridades competentes.
Rafa Kalimann ressaltou a importância de destacar um tema tão delicado e urgente, afirmando ser dever das pessoas públicas tornar o caso mais conhecido e dar voz a essa causa.
Juliette também se pronunciou, clamando por ações e respostas por parte dos políticos, autoridades e órgãos públicos. Em seu vídeo nos Stories do Instagram, ela ecoou o apelo de justiça por Marajó, unindo-se à causa iniciada por Aymeê e apoiada por outros famosos.
Relatos são antigos
Apesar do ressurgimento recente, as acusações de pedofilia e exploração sexual infantil na Ilha do Marajó não são novas. Em 2006, uma investigação da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados já havia sido iniciada sobre o assunto. Documentos da época revelaram o envolvimento de políticos locais nos casos, com aliciadores levando meninas para prostituição em Belém e, posteriormente, na Guiana Francesa.
Em 8 de outubro de 2022, a então ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, abordou o tema durante um culto evangélico. Sem apresentar evidências, ela mencionou que crianças na região teriam dentes removidos para facilitar abusos sexuais.
Autoridades do Pará, incluindo o Ministério Público, solicitaram provas, mas estas não foram fornecidas. Posteriormente, 19 procuradores da República solicitaram uma ação civil pública contra Damares.
Conforme a ação, a senadora e a União foram solicitadas a indenizar a população do Arquipélago de Marajó (PA) em R$5 milhões por disseminação de informações falsas sobre a região. Conforme o Ministério Público Federal, Damares Alves teria buscado utilizar essa narrativa para beneficiar a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Atualmente, a Ilha do Marajó recebe assistência do Programa Cidadania Marajó, implementado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Este programa visa combater a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes na região.
Mas a final, onde fica a Ilha?
A Ilha de Marajó fica localizada no norte do estado do Pará e é delimitada por rios que a separam da capital, Belém, ao sudeste, e do estado do Amapá, ao noroeste.
É reconhecida como a maior ilha fluviomarítima do mundo e possui uma extensão de quase 50 mil km², equivalente ao tamanho de países europeus como Bélgica e Suíça.
O arquipélago é composto por mais de 2 mil ilhas e ilhotas entre os rios e o mar, sendo quatro delas as principais, destacando-se a Ilha de Marajó. Além disso, há outras ilhas significativas como a Ilha Mexiana, Ilha Caviana e Ilha Grande do Gurupá.
Com 12 municípios apenas na Ilha de Marajó, a vastidão do território desmente a percepção de uma pequena vila subdesenvolvida. A população estimada ultrapassa 500 mil habitantes.
Publicidade
Continua após a publicidade