QUEIMA DE ARQUIVO

PMs que escoltavam empresário morto em aeroporto de SP são afastados

Uma das linhas de investigação é que os seguranças de Antônio Gritzbach falharam propositalmente
Por Redação 09/11/2024 - 13:01

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Reprodução/vídeo
Polícia investiga execução no Aeroporto de Guarulhos, em SP, como queima de arquivo
Polícia investiga execução no Aeroporto de Guarulhos, em SP, como queima de arquivo

Quatro policiais militares que haviam sido contratados para realizar a escolta particular do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), foram identificados e afastados de suas funções neste sábado, 9. Gritzbach foi assassinado na sexta-feira, 8, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Os PMs Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima prestaram depoimento ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelas investigações, e também à Corregedoria da Polícia Militar. Durante a apuração, os celulares dos policiais foram apreendidos.

Gritzbach era considerado um alvo de morte da facção criminosa paulista devido à sua colaboração com as autoridades, denunciando atividades ilícitas do PCC. Uma das linhas de investigação do DHPP aponta que os seguranças de Gritzbach podem ter falhado intencionalmente, facilitando o momento do ataque.

A polícia investiga a possibilidade de que os PMs tenham indicado o exato momento em que o empresário desembarcaria no aeroporto. O foco da investigação é descobrir com quem os policiais se comunicaram momentos antes do crime, o que motivou a apreensão dos celulares.

Os quatro PMs alegaram que o carro que deveria buscar o empresário no aeroporto quebrou durante o trajeto. Com isso, afirmaram que apenas um dos seguranças foi ao local para proteger Gritzbach, utilizando outro veículo, enquanto os demais permaneceram onde o carro supostamente havia quebrado.

No entanto, devido à alta visibilidade de Gritzbach, que era alvo da facção criminosa PCC, um investigador ouvido pela TV Globo sugeriu que o mais lógico seria que os quatro seguranças tivessem seguido para o aeroporto juntos, deixando o carro quebrado para trás, em vez de se dividir e deixar três policiais em um local distante.

Além disso, os investigadores acreditam que Gritzbach já estava sendo monitorado desde a sua saída de Goiás, já que os assassinos sabiam com precisão o horário em que ele desembarcaria. A hipótese é de que o momento do desembarque tenha sido antecipadamente informado aos criminosos, o que possibilitou o ataque logo após ele sair do saguão do aeroporto.

A namorada de Gritzbach, que estava com ele no momento da execução, também prestou depoimento à polícia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), "os dois carros utilizados pela escolta da vítima e um terceiro, possivelmente usado pelos atiradores, foram apreendidos e passam por perícia, assim como os celulares dos integrantes da escolta e da namorada".

Durante a execução, dois motoristas de aplicativo, de 39 e 41 anos, e uma mulher de 28 anos, que estava na calçada do terminal, também ficaram feridos. Eles foram socorridos e levados ao Hospital Geral de Guarulhos. Os dois homens continuam internados, enquanto a mulher já recebeu alta.


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