POLÍTICA

Governo estuda redução no teto dos preços de medicamentos

CMED deve determinar diminuição não agressiva, para não interferir na política do varejo
Por Panorama Farmacêutico 13/03/2025 - 15:27
A- A+
Agencia Brasil
Proposta em discussão não agrada mercado
Proposta em discussão não agrada mercado

Às vésperas do tradicional reajuste nos preços dos remédios, o governo deve colocar em pauta a redução do teto dos produtos com objetivo de reduzir a diferença entre o limite máximo de precificação e o valor praticado pelas farmácias, que conta com um desconto médio de 30%. As informações são do Valor Econômico.

A Câmara de Regulação de Medicamentos (CMED) deve determinar uma diminuição não agressiva, para não interferir na política comercial do varejo farmacêutico. Mas a possibilidade de redução do teto de preços preocupa o mercado.

Fontes do mercado ouvidas pelo site Panorama Farmacêutico se mostraram apreensivas. “Se isso for implementado, irá dificultar a vida de muitas empresas, em especial aquelas com despesas atreladas ao faturamento”, afirmam.

Varejistas e indústrias concordam que a medida desincentiva a concorrência e será nociva para os varejistas regionais de pequeno ou micro porte, que representam 80% do varejo farmacêutico. Em paralelo, medicamentos que já têm um tíquete baixo podem se tornar ainda menos atrativos para as farmácias e fabricantes.

“A meu ver, se o preço diminui a margem em reais cai. Haverá pressão para mantê-la. Inicialmente, os grupos menores serão afetados e, no fim, vai acabar sendo repassado ao consumidor”, comenta o presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini. Por meio de nota, a Interfarma alegou não ter conhecimento de nenhuma movimentação nesse sentido, mas alertou que “valores não adequadamente formados podem levar a indústria a deixar de lançar produtos, ou mesmo causar desabastecimento”.

“Se baixar o teto, 50 mil a 60 mil farmácias não sobrevivem. Muitas vivem do preço cheio e só dão desconto quando podem. É insustentável para elas venderem num preço menor”, afirma uma fonte ligada ao varejo farmacêutico.

Segundo estimativas de instituições financeiras, o reajuste de medicamentos deve ficar entre 2,5% a 5%, a depender da competitividade do produto. A média prevista é de 3,8%.

Assinam a previsão, divulgada em fevereiro, bancos como BTG, Citi, Goldman Sachs, Itaú BBA e XP. Caso seja confirmada, a taxa para o aumento atingirá duas marcas preocupantes para o mercado farmacêutico: o menor reajuste aprovado de 2018 para cá e a primeira vez em sete anos que o índice fica abaixo da inflação.

Leia mais sobre


Encontrou algum erro? Entre em contato