POLÍTICA

Bolsonaro volta a Copacabana por anistia a condenados pelo golpe no 8/1

Ex-presidente foi condenado pela Justiça Eleitoral e está impedido de concorrer até 2030
Por Redação 16/03/2025 - 09:02
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Divulgação
Bolsonaro e Malafaia em evento público
Bolsonaro e Malafaia em evento público

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores realizam ato na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (16/3). O evento acontece durante a manhã e a tarde, em meio à expectativa da análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado “Núcleo 1”, grupo que inclui o próprio Bolsonaro, acusado de golpe de Estado.

A manifestação é financiada pelo pastor Silas Malafaia e reforçará o movimento pró-anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Com a condenação de mais 63 pessoas na última semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o número de sentenciados já chega a 480.

O PL da Anistia conta com apoio de parlamentares alinhados ao ex-presidente, que tentam avançar com a proposta na Câmara dos Deputados. No entanto, conforme revelou o Metrópoles, na coluna Igor Gadelha, a iniciativa enfrenta resistência de nomes influentes, como o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que busca evitar atritos com o STF. Apesar das dificuldades, a defesa da anistia deve ganhar destaque no ato deste domingo.

Porém, Hugo Motta firmou compromisso com o PL de votar o projeto caso haja intenção da maioria da Casa de fazê-lo. O compromisso fez parte do acordo que o elegeu no início do ano.

Nas últimas semanas, o ex-presidente passou a ligar a manifestação apenas à defesa dos presos em razão dos atos golpistas, a quem chama de reféns. Críticas ao petistas ficaram de fora das últimas convocações. A mobilização começou dias antes de Bolsonaro ser alvo de denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) sob acusação de envolvimento numa tentativa de golpe após as eleições presidenciais de 2022. Agora, o ex-presidente tenta demonstrar força política diante das acusações.

A anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro tem como objetivo final criar clima político para reverter, no futuro, a inelegibilidade do próprio Bolsonaro.

Ele foi condenado pela Justiça Eleitoral em dois processos e está impedido de concorrer até 2030. Apesar disso, insiste em se apresentar como candidato ao Palácio do Planalto em 2026, apostando numa reversão jurídica de seus processos, ainda que sem qualquer perspectiva para a mudança.

O julgamento que decidirá o rumo da denúncia contra Bolsonaro e outros cinco investigados do “Núcleo 1” será realizado em três sessões: duas marcadas para o dia 25 de março, às 9h30 e 14h, e uma sessão extraordinária 26 de março, às 9h30.

A denúncia da PGR será analisada pela 1ª Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia. Além de Bolsonaro, são alvos da acusação Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno e Braga Netto.

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