Direito negado

INSS bloqueia aposentadoria do músico alagoano Hermeto Pascoal, de 88 anos

Músico foi bloqueado por não ter feito a prova de vida em Curitiba, onde não mora há mais de 10 anos
Por Redação 28/03/2025 - 09:26
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Gabriel Quintão/Assessoria
Hermeto Pascoal em foto do show no Bourbon Street
Hermeto Pascoal em foto do show no Bourbon Street

O músico Hermeto Pascoal de 88 anos, alagoano de Lagoa da Canoa e um dos maiores nomes da música brasileira, está com sua aposentadoria por idade bloqueada pelo INSS. O benefício foi suspenso inicialmente por falta de prova de vida presencial exigida em Curitiba, cidade onde ele não mora há mais de 10 anos. Depois de um longo processo, essa pendência foi finalmente resolvida. Porém, o benefício segue bloqueado por um novo motivo: “37 – Suspenso por não saque”.  A informação foi publicada no Instagram do músico.

O bloqueio por "não saque" ocorre quando o pagamento não é retirado dentro do prazo, e o INSS estorna o valor e interrompe os depósitos. A reativação exige uma nova solicitação, que já foi feita — mas até agora, nada foi resolvido, segundo a equipe de trabalho do músico.

O texto publicado pela equipe destaca que todas as etapas para a solução do problema “dependem de aplicativo ou telefone, canais que são difíceis de acessar, especialmente para idosos nessa faixa etária”. Outras duas situações com pessoas célebres envolvidas foram lembrados na sequência:

“Casos semelhantes vêm se acumulando. Fernanda Montenegro, por exemplo, teve sua aposentadoria suspensa por ser considerada ‘morta’ no sistema. Martinho da Vila também teve o benefício interrompido. O problema é grave, afeta milhares de pessoas e não pode ser tratado com normalidade".

No caso do sambista, foi preciso recorrer à justiça para voltar a receber a aposentadoria, que havia sido cortada pelo INSS por falta de prova de vida.

A equipe de Hermeto conclui em nota: “a aposentadoria é um direito. O Estatuto do Idoso garante prioridade e respeito no atendimento público — mas isso está longe de acontecer na prática. Esse caso não é um pedido por privilégio. É um alerta sobre como o sistema trata nossos idosos, inclusive aqueles que dedicaram suas vidas à cultura brasileira”.


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