INVESTIGAÇÃO

Motéis em SP eram usados pelo PCC para lavar dinheiro; veja quais

Operação revela rede de 60 estabelecimentos que movimentou mais de R$ 450 milhões
Por Larissa Cristovão - Estagiaria sob supervisão 25/09/2025 - 18:13
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Reprodução
Motéis são usados em esquema de lavagem de dinheiro do PCC
Motéis são usados em esquema de lavagem de dinheiro do PCC

Uma investigação da Receita Federal e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) revelou, nesta quinta-feira, 25, que cerca de 60 motéis e empresas hoteleiras eram usados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para lavar dinheiro do crime organizado. Os empreendimentos estavam registrados em nomes de laranjas e movimentaram mais de R$ 450 milhões entre 2020 e 2024.

Entre os estabelecimentos já identificados estão unidades em Ribeirão Pires, Itaquaquecetuba, Santo André, São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, além de bairros da Zona Leste da capital paulista. Confira a lista:

Maramores Empreendimentos Hoteleiros
Motel Uma Noite em Paris
Motel Chamour
Motel Casual
Sunny Empreendimentos Hoteleiros
Mille Motel
Marine Empreendimentos Hoteleiros
Ceesar Park Empreedimentos Hoteleiros
Motel Vison

A ação faz parte da Operação Spare, que também mira esquemas ilegais do grupo nos setores de combustíveis e jogos de azar. Segundo a Receita, os estabelecimentos contribuíram para o crescimento patrimonial dos sócios ligados à facção, com distribuição de R$ 45 milhões em lucros e dividendos.

Um dos motéis chegou a repassar 64% da receita bruta declarada. Restaurantes anexos aos estabelecimentos, com CNPJs próprios, também participaram do esquema: um deles distribuiu R$ 1,7 milhão em lucros após registrar R$ 6,8 milhões de receita entre 2022 e 2023.

A investigação avançou após a análise da conta de iCloud de um operador do PCC, que guardava comprovantes digitais das transferências dos motéis para uma fintech usada como central de pagamentos na lavagem.

Além dos motéis, operações imobiliárias reforçaram as suspeitas: um CNPJ ligado ao grupo comprou um imóvel de R$ 1,8 milhão em 2021, enquanto outro adquiriu um bem avaliado em R$ 5 milhões em 2023. O esquema também incluía lojas de franquias e empreendimentos na construção civil.


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