A Polícia Civil interditou nesta terça-feira, 30, o bar Ministrão, localizado na Alameda Lorena, nos Jardins, bairro nobre da capital paulista, após a denúncia de que uma cliente teria ficado cega ao consumir bebidas no local. A medida integra as operações contra a venda de álcool falsificado ou adulterado com metanol em São Paulo.

A vítima é a designer de interiores Radharani Domingos, 43 anos, que relatou ter perdido a visão depois de beber três caipirinhas com vodca no estabelecimento. O caso levou as autoridades a considerar o bar como um “risco iminente à saúde pública”.

Segundo o diretor do Centro de Vigilância Sanitária estadual, Manoel Bernardes de Lara, a interdição ocorreu porque os responsáveis não apresentaram notas fiscais de parte das bebidas, o que levanta suspeita de manipulação. “Uma vez que houveram bebidas sem procedência, não conseguiram comprovar a origem. A gente não sabe se houve manipulação”, disse.

Na segunda-feira, 29, uma força-tarefa já havia fiscalizado bares da capital e da Grande São Paulo em razão de mortes e intoxicações suspeitas. No Ministrão, os agentes apreenderam mais de 100 garrafas de destilados.

Além dele, outros três bares também foram interditados: o Torres, na Mooca, Zona Leste, e dois estabelecimentos na Vila Mariana e em São Bernardo do Campo, cujos nomes não foram divulgados.

Nesta terça, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou cinco mortes por intoxicação por metanol em São Paulo. Uma delas já foi comprovadamente causada por bebida adulterada; as outras quatro seguem em investigação.

Em nota, o bar Torres afirmou estar “colaborando integralmente com todos os órgãos de fiscalização competentes” e garantiu que suas bebidas são adquiridas de “distribuidores oficiais e parceiros de longa data”.