Crédito sob vigilância
Valor de empréstimo consignado cai pela metade após exigência de biometria
INSS adotou medida para conter fraudes e reforçar segurança de aposentados
O valor de novos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas caiu para menos da metade após o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passar a exigir biometria para liberar esse tipo de operação.
A medida foi adotada em maio deste ano, após o órgão identificar um aumento nos casos de fraudes e de beneficiários que não reconheciam contratos feitos em seus nomes. O volume de crédito, que chegava a R$ 8,5 bilhões, caiu para R$ 3,9 bilhões.
O empréstimo consignado é um tipo de crédito com desconto direto no benefício do contratante e costuma ter juros mais baixos. No entanto, o modelo tem sido alvo de reclamações por cobranças indevidas, contratos não autorizados e dificuldades de cancelamento.
Além da exigência de biometria no aplicativo Meu INSS, o órgão suspendeu 15 instituições financeiras por reincidência em queixas.
Segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, o próximo passo é adotar dupla verificação para confirmar as contratações. “O crédito consignado é seguro, mas precisamos garantir que quem está contratando é realmente o titular. Estamos estudando ajustes no sistema e o uso de senha gov.br com níveis de segurança mais altos”, afirmou.
Atualmente, 17 milhões dos 41 milhões de beneficiários do INSS têm empréstimos consignados, cerca de 41% do total.
O planejador financeiro Leonardo Gomes alerta que aposentados devem analisar o custo efetivo total antes de contratar. “É essencial avaliar se o valor das parcelas cabe no orçamento e compreender todos os encargos envolvidos”, disse.



