Tiro na cabeça
PM que baleou e matou campeão de jiu-jítsu Leandro Lo é solto em SP
Henrique Velozo foi inocentado em júri popular, que acatou tese de que ele agiu em legítima defesa
O policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo deixou o presídio militar Romão Gomes na madrugada deste sábado, 15, após ser absolvido em júri popular pela morte do campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, de 33 anos. A informação foi confirmada pela Polícia Militar.
O julgamento, que durou três dias e começou na quarta-feira, 12, ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Ao final, a maioria dos jurados acolheu a tese da defesa de que o PM agiu em legítima defesa durante o incidente registrado em 7 de agosto de 2022, no Clube Sírio, Zona Sul da capital. Leandro Lo foi baleado na cabeça durante um show e morreu após ser socorrido.
O advogado Cláudio Dalledone Jr. comemorou o resultado, afirmando que “a Justiça prevaleceu”. Já a família do lutador contesta a decisão. A mãe de Leandro, Fátima Lo, disse ao g1 que irá recorrer, afirmando que “não teve justiça”. O promotor João Carlos Calsavara também criticou o julgamento, apontando “nulidades” e dizendo acreditar que a decisão será anulada.
Denúncia e qualificadoras
Em setembro de 2022, o Ministério Público denunciou o policial por homicídio triplamente qualificado, sustentando motivo torpe, uso de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. A Promotoria esperava pena de pelo menos 20 anos.
Durante o júri, nove testemunhas foram ouvidas, além do próprio acusado. A sentença de absolvição foi proferida pela juíza Fernanda Jacomini, da 1ª Vara do Júri.
Caso segue em disputa judicial
Mesmo com a absolvição e a soltura do PM, o processo continuará tramitando, já que a família de Leandro Lo anunciou que irá recorrer, buscando reverter a decisão do Tribunal do Júri.
Leandro Lo era um dos maiores nomes da história do jiu-jítsu, com oito títulos mundiais, e sua morte provocou grande comoção no esporte brasileiro.



