A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na manhã desta quinta-feira, 27, sete influenciadores conhecidos por participar e divulgar “rolezinhos” ilegais de moto na capital paulista. Entre eles está Kabrinha, nome artístico de Gustavo Henrique Ramos Silva, 20 anos, que acumula 4,8 milhões de seguidores ao exibir manobras arriscadas e infrações de trânsito em suas redes sociais.

Segundo a investigação, o grupo organizava encontros que saíam em comboio até o bairro do Tatuapé, na Zona Leste, reunindo dezenas de motociclistas, muitos deles sem capacete, sem placa, em motos irregulares e, em alguns casos, roubadas. Vídeos recuperados mostram empinadas em alta velocidade, bloqueio total de vias e circulação na contramão.

Confira os nomes dos detidos na operação:

• Ailton Lima Marques
  Alexandre Silva Pessoa
  Gustavo Henrique Ramos Silva (Kabrinha)
  Kaik Mendes Lobo
  Lucas Rodrigues Ferreira
  Nikolas Mendes Lobo
  Ricardo Arabe Muniz de Almeida

Os vídeos reunidos pela polícia seguem um padrão: primeiro, os jovens escolhem uma avenida larga na Zona Norte ou na Zona Leste como ponto de encontro. Depois, alinham as motos, aceleram e seguem em alta velocidade, bloqueando completamente as vias.

Entre as imagens analisadas, Kabrinha aparece empinando a moto com apenas uma roda tocando o chão, praticando manobras em meio ao trânsito e até usando um cone de trânsito na cabeça, enquanto o grupo o acompanha.

Na ação desta quinta, a Polícia Civil apreendeu cerca de 50 motos e veículos de luxo, incluindo um Porsche.

De viral adolescente a alvo da polícia

Kabrinha ganhou notoriedade ainda na adolescência, por isso o apelido “Meno”. Seus vídeos misturavam ostentação, velocidade e manobras quase sempre ilegais, o que atraiu milhões de seguidores.

O influenciador também se aproximou de nomes já investigados pela Polícia Federal, como Buzeira, denunciado na Operação Narco Bet, que apura lavagem de dinheiro ligada ao tráfico internacional de drogas. Nas redes, os dois aparecem juntos em eventos de luxo e encontros automobilísticos.

A Polícia Civil afirma que o grupo monitorado era acompanhado há meses, e que novas fases da operação não estão descartadas.