Alerta!
Alagoas registra 11 mil casos de picada de escorpião em 2025
Pais vive alta de óbitos por acidentes com os artrópodes; saiba como agir
Brasil já registrou mais de 173 mil acidentes com escorpiões e o total de mortes já passa de 200. A taxa de letalidade aumentou de 0,06 para 0,12 do ano passado para cá. Em 2024, o país teve uma maior quantidade de casos (201 mil), porém com menos óbitos (126). As crianças e os idosos são os mais vulneráveis.
Alagoas, especialmente Maceió, tem um número elevado e crescente de acidentes com escorpiões, principalmente o perigoso escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), com milhares de casos registrados anualmente em 2024 e 2025, com alguns reportes indicando quase 5 mil casos na capital só em 2025. Este ano, já foram notificados mais de 11 mil casos de picadas de escorpião no estado.
Picada de escorpiões
O que fazer no caso de picadas? Não se recomenda o uso de pomadas no local da picada, pois elas podem alterar a coloração da pele e não impedem a penetração do veneno. A orientação é lavar imediatamente a área afetada, de forma suave, com água e sabão, o que contribui para reduzir o risco de lesões secundárias. Também não devem ser realizados torniquetes, incisões ou tentativas de sucção no local.
O uso de compressas mornas pode ajudar a aliviar os sintomas até a chegada a um serviço de saúde, onde será avaliada a necessidade de aplicação de soro. Não se deve colocar gelo sobre a área atingida. Em todos os casos, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente.
Os acidentes com escorpiões podem ser classificados como leves, moderados ou graves. O veneno atua sobre o sistema nervoso e provoca dor intensa no local da picada, que pode se irradiar para todo o membro afetado. Nos quadros moderados, os sintomas podem evoluir para suor excessivo, vômitos e taquicardia. Já nos casos graves, além da dor intensa, podem ocorrer salivação abundante, insuficiência cardíaca, edema pulmonar e, em situações extremas, levar à morte.
Como evitar o aparecimento de escorpiões
Esses animais têm preferência por ambientes quentes e úmidos. O acúmulo de lixo favorece a proliferação de baratas, que são a principal fonte de alimento dos escorpiões. Para abrigo e circulação, eles costumam se esconder em entulhos e infiltrar-se em redes de esgoto, tubulações de água e de energia elétrica, locais escuros e úmidos, conforme orienta o Instituto Butantan.
Para reduzir o risco de aparecimento de escorpiões, o órgão recomenda manter o lixo sempre bem fechado, evitando a atração de insetos. Quintais e jardins devem permanecer limpos, sem acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico ou materiais de construção. É importante impedir que folhagens densas, como trepadeiras, arbustos e plantas ornamentais, encostem em paredes e muros, além de manter rodapés íntegros e bem fixados. Roupas sujas ou molhadas não devem ser deixadas no chão, e calçados devem ser sempre sacudidos antes do uso.
Também é indicado afastar camas e móveis das paredes, evitando que roupas de cama toquem o chão, e nunca colocar as mãos em buracos ou troncos podres. O uso de calçados e luvas é essencial durante atividades no jardim ou em locais com materiais de construção. Ralos de banheiros e cozinhas devem permanecer fechados, assim como todos os buracos nas paredes, incluindo espelhos de tomadas, passagens de cabos e caixas de luz.
Os escorpiões podem gerar entre 20 e 25 filhotes por gestação, que pode ocorrer até duas vezes ao ano, ao longo de um ciclo de vida médio de quatro anos. No caso do escorpião-amarelo e do escorpião-amarelo-do-Nordeste, as fêmeas não precisam acasalar para se reproduzir.
Nunca se deve manusear esses animais diretamente. Se houver necessidade, o escorpião deve ser conduzido com um graveto longo ou uma pinça anatômica de cerca de 30 centímetros para dentro de um frasco e, em seguida, encaminhado ao Centro de Controle de Zoonoses do município.



