EM 2021
Coronavírus deve inviabilizar desfile das Escolas de Samba

A sete meses da data reservada para o carnaval, a incerteza ainda dá o tom no mundo do samba. Por conta da pandemia de Coronavírus, pouco se sabe sobre a festa do ano que vem. As grandes Escolas de Samba do Rio, cujos representantes vão se reunir hoje na Liga Independente, adiantaram ao EXTRA que não desfilarão em 2021, a menos que seja desenvolvida uma vacina contra o vírus que provoca a Covid-19. Mangueira, Imperatriz Leopoldinense, Vila Isabel, Beija-Flor e São Clemente vão votar juntas pelo adiamento da festa por tempo indeterminado.
"Sem vacina, é inviável realizar o carnaval em qualquer data, seja em fevereiro ou junho. Hoje, as decisões judiciais têm muita força. Há o risco de fazermos investimentos altos e, lá na frente, o contágio voltar a subir e a Justiça determinar a suspensão. O carnaval é um evento de aglomerações, da produção à realização na Sapucaí. Como seria? Componentes a dois metros de distância? Cantando com máscaras no rosto?", questiona o presidente da Vila Isabel, Fernando Fernandes.
Para o presidente da Mangueira, Elias Riche, o momento é de concentrar esforços na luta contra o vírus. A Verde e rosa defende o adiamento do carnaval para 2022. "Como ficaria a consciência de um dirigente caso acontecesse a morte de, por exemplo, 50 componentes que tenham desfilado na sua escola?", reflete.
Os barracões das agremiações seguem parados. Apenas o planejamento dos desfiles — desenhos de fantasias e alegorias, projetos gráficos e construção das sinopses — está em andamento. Os diretores de carnaval da Imperatriz Leopoldinense, Marquinhos Fernandes, e da Beija-Flor de Nilópolis, Dudu Azevedo, também apontam a vacina como requisito para a realização do carnaval. Renatinho Gomes, presidente da São Clemente, faz coro:
"É simples: se chegar a vacina, teremos samba. Como vamos lidar com a multidão sem imunização coletiva? O adiamento para 2022 será inevitável, porque não teremos tempo hábil para arrumar a casa".