Alagoas tem estoque de 40 mil testes com fim de validade a partir de dezembro

Os lotes dos testes RT-PCR para diagnóstico da infecção pelo novo coronavírus enviados aos Estados pelo Ministério da Saúde estão prestes a perder a validade. Seriam ao menos 605,5 mil unidades que perdem a eficácia entre dezembro e janeiro, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira,25, pelo Estadão, baseado em informações de 17 estados e Distrito Federal. Alagoas não participou da pesquisa, mas tem no estoque das unidades 40.463 testes RT-PCR, considerado pelas equipes de saúde o mais eficaz para o diagnóstico do vírus, e outros 6.420 testes rápidos, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

As unidades de triagem e os hospitais que atenderam pacientes com sintomas da covid-19 no estado testaram 206.616 pessoas, das quais 93.708 receberam resultado positivo e 112.908 foram casos descartados. Dos casos notificados e confirmados, 2.324 pessoas não resistiram à gravidade da doença e faleceram no estado. Isso representa, segundo o boletim da Sesau, uma letalidade de 2,5%.

No último domingo, o Estadão revelou que 7,1 milhões de exames estão em um depósito do ministério, em Guarulhos (SP), ou seja, não foram enviados ao SUS em plena pandemia. Do total encalhado, 96% perdem a validade nos dois próximos meses. Esse estoque é superior aos 5 milhões de exames realizados até agora no SUS.

A reportagem denunciou que a responsabilidade sobre os testes estocados se transformou em disputa do governo federal com estados e municípios. O Ministério da Saúde afirma que só entrega os exames quando há demandas, mas os secretários locais dizem que nem sequer conseguiram dar conta do que já receberam, pois os kits para testagem chegaram incompletos. No levantamento do Estadão, nove estados se recusaram a dizer a quantidade de testes em estoque, entre os quais Alagoas. Os outros estados são: Santa Catarina, Mato Grosso, Pernambuco, Maranhão, Acre, Amapá e Rio Grande do Norte.

O ministério diz que já pediu estudos de estabilidade ao fabricante do teste prestes a vencer para, na sequência, solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a prorrogação da validade do produto. São Paulo tem o maior estoque de testes (220 mil) com validade somente até dezembro, segundo os estados que responderam à reportagem. Em seguida vem Minas Gerais, com 167 mil exames que expiram no próximo mês. Já a Secretaria de Saúde do Ceará afirmou, por exemplo, que ali foram consumidos primeiro os testes com validade mais curta.