A candidata à Prefeitura de Maceió, Lenilda Luna (UP), questionou durante sabatina realizada pelo EXTRA a transparência quanto à utilização dos recursos financeiros pela atual gestão do Município. Para a jornalista e servidora pública, há indícios de superfaturamento em várias obras.

"Há muitos indícios ativos. Por exemplo, esse 'Renasce Salgadinho', que está sendo orçado, se não me engano, em R$ 80 milhões. Nem terminou e já se pede um adicional e o orçamento mais que dobra, sem ter feito uma grande parte. Essa grama que foi plantada nas margens da praia, recebendo muita salinidade nas marés e que a gente sabe que ela não se sustenta. Mas você passa lá e o que tem de carro-pipa... E a gente sabe que tem um contrato de carros-pipa", provocou.

Segundo a Prefeitura de Maceió, o projeto "Renasce Salgadinho" visa requalificar o riacho Salgadinho e sua bacia hidrográfica. O projeto inclui a modernização de vias, melhorias no sistema de drenagem, construção de passarelas e a implantação de barreiras de contenção de detritos. De acordo com a gestão municipal, 52% dos trabalhos foram concluídos tendo recebido, até o momento, um investimento de cerca de R$ 76,4 milhões.

Lenilda ainda mencionou o dinheiro recebido pela Prefeitura em acordo feito com a Braskem, responsável pelo afundamento do solo em vários bairros de Maceió, que prejudicou cerca de 60 mil pessoas. Pelo acordo, a empresa pagou R$ 1,7 bilhão ao Município como forma de indenização pelos prejuízos causados pela extração de sal-gema na capital alagoana.

"Vem muito dinheiro para Maceió. Agora, essa ingestão de recursos de R$ 1,7 bilhão da Braskem, como é que está sendo a transparência disso? O princípio toda gestão pública séria é a transparência de dados para que as pessoas, para que toda a sociedade, os jornalistas, possam abrir o portal da transparência e saber quanto é que chegou, como é que está sendo gasto, como é que está sendo prestado contas. Sem organizar isso, vem muito dinheiro,mas escoa e não se sabe qual é o orçamento efetivamente se tem pra cuidar da cidade", afirmou.

A candidata concluiu defendendo que é preciso que a população esteja à administração municipal, buscando estar bem informada para exigir, de forma consciente, ações efetivas do poder público. 

"O Ministério Público tem que ser provocado. Se a sociedade não provoca, não denuncia, não toma iniciativa. O Ministério Público geralmente atua quando provocado pela sociedade. Nós temos que provocar, nós temos que fazer ações civis públicas e denunciar, e eu falo isso como militante", concluiu.

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