ELEIÇÕES 2024

Sabatina: Lenilda Luna diz que pretende tratar Braskem como criminosa

Candidata defendeu que a Braskem sabia desde 1992 sobre os riscos de explorar sal-gema em Maceió
Por Adja Alvorável 24/09/2024 - 20:35

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Em sabatina realizada pelo EXTRA, a candidata à Prefeitura de Maceió, Lenilda Luna (UP), afirmou que, se eleita, vai "tratar a Braskem como criminosa". A afirmação foi quando questionada se pretende fazer auditoria sobre os acordos feitos pela empresa em Maceió, já que a transparência desses acordos foi reiteradamente questionada pela candidata.

"No nosso plano de governo é tratar a Braskem como criminosa. A Braskem não é uma parceira da cidade. A Braskem cometeu um crime grave, é colocado sempre, eu repito isso, porque é quase um mantra, a gente precisa lembrar. É o maior crime socioambiental em andamento no mundo em uma área urbana. Nenhum crime como esse hoje, em nenhuma cidade, há um impacto tão grandioso como o que a Braskem provocou aqui em Maceió. E foi um impacto nos cinco bairros diretamente, mas toda a cidade sofreu as consequências disso", afirmou.

A Braskem atua em Alagoas desde os anos 1970 e já causou danos a 60 mil pessoas e a evacuação de 14 mil residências desde 2019, quando a mineração de sal-gema feita pela empresa foi apontada como a causadora das rachaduras que surgiram em imóveis e no solo de bairros de Maceió. 

Lenilda também defendeu que a Braskem sabia, desde a década de 1990, sobre os riscos de explorar sal-gema na capital alagoana.

"A empresa sabia do risco, pelo menos, que se tem documentado, desde 1992. [...] A Braskem ainda tentou colocar que ajudaria a cidade com engenheiros, trazendo pessoas para explicar esses tremores eque talvez fossem placas tectônicas. Quer dizer, se tentou vender uma narrativa mentirosa de que aquilo não tinha ligação com a mineração", disse.

A candidata destacou o papel do professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Abel Galindo, no esclarecimento sobre o que estava acontecendo no solo de Maceió.

"[Abel Galindo] tem que ter uma medalha de honra ao mérito, porque foi ele o primeiro a apontar a Braskem como culpada daqueles tremores. [...] Foi preciso o professor Abel Galindo, e a imprensa teve um papel importante também, denunciar que aquela subsidência estava justamente onde estavam os poços, enormes cavernas que foram escavadas pela Braskem para tirar sal-gema, sem resguardar a distância entre as paredes delas sem se preocupar com o alargamento do diâmetro. Quer dizer, essas cavernas se fundiram e ficaram sem sustentação. E isso foi aleatório? Aquele monte de engenheiro não sabia que aquilo poderia acontecer? Sabia, mas correram risco, visando, como sempre, o lucro", concluiu.

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