FRACASSO

Mesmo com empenho de Bolsonaro, eleições têm onda conservadora menor

Por Com Reuters 16/11/2020 - 15:23
Atualização: 16/11/2020 - 15:31
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Agência Brasil
Eleições municipais mostram onda conservadora menor
Eleições municipais mostram onda conservadora menor

Com os primeiros resultados das eleições municipais confirmados na noite de domingo, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para negar que tivesse se empenhado em campanhas locais e afirmar que a “onda conservadora de 2022” chegou para ficar, enquanto os números da apuração mostravam o óbvio: ao menos nos municípios o poder do bolsonarismo parece ter diminuído.

“Minha ajuda a alguns poucos candidatos a prefeito resumiu-se a 4 lives num total de 3 horas”, escreveu, minimizando um empenho que, de fato, foi bem maior que isso. “A esquerda sofreu uma histórica derrota nessas eleições, numa clara sinalização de que a onda conservadora chegou em 2018 para ficar. Para 2022 a certeza de que, nas urnas, consolidaremos nossa democracia com um sistema eleitoral aperfeiçoado.”

O fracasso mais retumbante do presidente foi em uma das capitais em que Bolsonaro mais se envolveu pessoalmente, São Paulo. Celso Russomano (Republicanos), para quem o presidente chegou a gravar mensagens, saiu de um início promissor para terminar a campanha em quarto lugar, com 10,5% dos votos válidos --pior, deixou a segunda vaga no segundo turno para Guilherme Boulos, do PSOL, de esquerda.

Mesmo o segundo lugar de Carlos Bolsonaro (Republicanos) para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro não pode ser considerada uma grande vitória. O filho 02 também perdeu o posto de mais votado para Tarcísio Motta (PSOL) e fez cerca de 36 mil votos a menos que os 106 mil registrados em 2016.

Depois de dizer por vários meses que não iria se envolver nas campanhas municipais, Bolsonaro passou as últimas semanas empenhando-se na defesa de nomes para prefeitos e até para vereadores, em conversas com apoiadores, em lives e, em alguns casos, recebendo candidatos.

No sábado, fez um post com uma lista de alguns de seus candidatos preferidos --apagada no domingo quando o resultado começou a se mostrar desfavorável.

De 13 prefeitos citados explicitamente pelo presidente, dois foram eleitos, --Gustavo Nunes (PSL), em Ipatinga (MG), e Mão Santa (DEM), reeleito em Parnaíba (PI), possivelmente mais por seu histórico como governador de Estado, senador e prefeito do que pelo apoio presidencial.

Outros dois, Marcelo Crivella (Republicanos), e Capitão Wagner (Pros) disputam o segundo turno no Rio de Janeiro e em Fortaleza, respectivamente. No entanto, nenhum dos dois é considerado favorito para vencer a eleição.

Se o resultado de seus apoios para prefeito foi ruim, no caso de vereadores foi ainda pior. Dos 45 citados pelo presidente, apenas sete foram eleitos.

Da lista de cinco nomes publicados no sábado, que receberam apoio reforçado do presidente, quatro foram derrotados, incluindo a Wal do Açaí --ex-assessora apontada como funcionária fantasma da Câmara, candidata pelo Republicanos em Angra, e Clau de Luca (PRTB) e Sonaira Fernandes (Republicanos), em São Paulo, que Bolsonaro chegou a dizer que, se não fossem eleitas “pegaria mal” para ele.

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