Quem foi Léa Garcia, atriz carioca que faleceu nesta terça-feira

A atriz Léa Garcia, falecida na madrugada dessa terça-feira, 15, aos 90 anos, em decorrência de um infarto, seria homenageada com o Troféu Oscarito durante a 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul.relacionadas_direita

Nascida em 11 de março de 1933, no Rio de Janeiro, Léa Garcia destacou-se como uma das atrizes negras mais ilustres no cenário teatral e televisivo brasileiro. Desde jovem, tinha apreço pela poesia, encontrando inspiração nas obras de Cruz e Sousa e Langston Hughes, que profundamente influenciaram sua visão sobre a realidade do povo negro.

Em 1952, Léa fez sua estreia como atriz no palco do Teatro Recreio, atuando na peça "Rapsódia Negra", escrita por Abdias Nascimento. Seu papel envolvia dar vida às poesias de Castro Alves.

Integrando o Teatro Experimental do Negro, onde ingressou em sua juventude, Léa participou de produções notáveis como "O imperador Jones", "Todos os Filhos de Deus têm asas" e "Onde está marcada a cruz", todas criações de Eugene O’Neill. Além disso, brilhou em "O Filho Pródigo" de Lúcio Cardoso, "Sortilégio (mistério negro)" de Abdias Nascimento e "O sapo e a estrela" de Hermilo Borba Filho.

Além de suas proezas nos palcos, Léa Garcia também fez incursões no cinema e na televisão. Sua carreira cinematográfica ganhou destaque quando competiu pela Palma de Ouro em 1957, conquistando o segundo lugar no Festival de Cannes por sua notável atuação como Serafina no filme "Orfeu negro", dirigido por Marcel Camus. 

Em 2004, Léa recebeu o cobiçado prêmio Kikito de melhor atriz no Festival de Cinema de Gramado, por sua atuação em "Filhas do Vento", filme dirigido por Joel Zito Araújo. Sua performance também garantiu o prêmio de melhor atriz eleita pelo público no mesmo festival.

Na televisão, Léa Garcia imortalizou-se ao interpretar diversos papéis marcantes, sendo um dos mais notáveis a personagem Rosa na novela "Escrava Isaura".

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