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Um ano sem Silvio Santos: herdeiras disputam R$ 429 milhões no exterior
Filhas e viúva contestam cobrança de imposto e travam batalha judicial em SP
Um ano após a morte de Silvio Santos, aos 93 anos, vítima de broncopneumonia, a herança do apresentador está no centro de uma disputa judicial bilionária. Avaliado em cerca de R$ 6,4 bilhões, o espólio do fundador do SBT tornou-se alvo de contestações entre as seis filhas — Cintia, Silvia, Renata, Rebeca, Patrícia e Daniela — e a viúva, Íris Abravanel, que questionam a cobrança de impostos sobre parte dos bens no exterior.
Um dos principais embates envolve R$ 429,9 milhões depositados nas Bahamas em nome da empresa Daparris Corp Ltd, da qual Silvio Santos era acionista majoritário. Para liberar o valor, o governo de São Paulo exigiu o pagamento de R$ 17 milhões referentes ao ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação). As herdeiras reagiram e obtiveram, em janeiro, decisão provisória autorizando o saque sem pagamento imediato do tributo, que consideram indevido por se tratar de capital fora do Brasil.
Além disso, a família do apresentador contesta na Justiça um cálculo adicional da Secretaria da Fazenda paulista, que teria elevado em R$ 47 milhões o valor do imposto cobrado sobre cinco empresas do espólio. O caso tramita sob segredo judicial desde março.
Com testamento detalhado e divisão considerada igualitária entre as herdeiras, Silvio Santos tentou evitar disputas. Cada filha recebeu ao menos R$ 100 milhões em bens, além de posições estratégicas no grupo, como Patrícia à frente do “Programa Silvio Santos” e Daniela na vice-presidência do SBT. Ainda assim, questões tributárias seguem como principal entrave da partilha.
Entre outros compromissos, destaca-se também o pagamento de uma dívida de R$ 10 milhões deixada por Silvio em 2023, assumida pelas herdeiras durante o processo de inventário, que deve se estender por mais alguns anos na Justiça paulista.