Operação Sem Desconto

Presidente do INSS e outros foram afastados por suspeita de crime

Lewandowski destacou que ação "trata-se de uma operação de proteção dos aposentados"
Por Redação com Estadão Conteúdo 23/04/2025 - 13:08
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Divulgação PF
Operação provoca demissão do alto escalão do INSS
Operação provoca demissão do alto escalão do INSS

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, assim como outros integrantes do alto escalão do órgão, foram afastados do cargo por suspeita de crimes, segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou nesta quarta-feira, 23, durante entrevista coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 23. Procurado, Stefanutto ainda não se manifestou.

Mais cedo, a Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto, para investigar desvios de R$ 6,3 bilhões em benefícios pagos a aposentados e pensionistas, inclusive em Alagoas.

Segundo Lewandowski, foram apreendidos na operação carros, joias e quadros, além de dinheiro em espécie de "alto valor". "Por determinação judicial, foram afastados cautelarmente, por suspeita de envolvimento nesses crimes, que são vários, o presidente do INSS, o diretor de Benefícios de Relacionamento com cidadão, o procurador-geral junto ao INSS, o coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente, o coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios. Foram apreendidos muitos bens, carros de luxo de alto valor, dinheiro em espécie, joias e quadros", afirmou.

Lewandowski destacou que ação desta quarta-feira "trata-se de uma operação de proteção dos aposentados". Ele também contou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está informado desde as primeiras horas do dia da operação e detalhou números da operação.

Foram abertos 12 inquéritos policiais, expedidos 21 mandados de busca e apreensão e outros seis de prisões temporárias, dos quais três já foram cumpridas. O ministro ainda pontuou que, sobre os valores descontados irregularmente, haverá um exame caso a caso, mas disse também que o dinheiro terá de ser restituído àqueles dos quais foi retirado indevidamente.

Até o momento, as entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024.

Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumprem 211 mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária no Distrito Federal e nos estados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Seis servidores públicos foram afastados de suas funções.

As investigações identificaram a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).


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