POLÍTICA
Banco bloqueia contas e cartões de débitos Carla Zambelli
Instituição informou ao Supremo que encontrou R$ 2.118,28 na conta-corrente
Por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o banco Itaú bloqueou na última sexta-feira contas e cartões de débito e crédito da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP). Na quarta-feira, o magistrado tinha dado um prazo de 24 horas para que as instituições financeiras informassem sobre o bloqueio de contas vinculadas a Zambelli, depois que ela fugiu do Brasil.
A instituição financeira informou ao Supremo que encontrou R$ 2.118,28 em uma conta-corrente em nome de Zambelli e R$ 5 em uma poupança criada pela deputada licenciada. As informações são sigilosas, mas ficaram disponíveis no site da Corte por dez minutos, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Os valores são baixos diante dos R$ 285 mil que Zambelli disse ter arrecadado em uma "vaquinha", feita por meio de Pix, antes de sair do País. A parlamentar pediu doações a seguidores - forneceu seus dados bancários e afirmou que o dinheiro a ajudaria a pagar multas impostas pela Justiça.
Procurada pelo Estadão, a assessoria da deputada licenciada não respondeu até o fechamento deste texto. Na semana passada, o nome de Zambelli foi incluído na lista de procurados da Interpol. Redes sociais dela e de seus familiares também foram suspensas.
Ao se licenciar da Câmara dos Deputados, Zambelli perdeu os rendimentos mensais como parlamentar. Em seu lugar assume o suplente, o deputado Coronel Tadeu (PL-SP). Zambelli responde ainda a um processo criminal no Supremo por perseguir, com uma pistola, um homem na véspera do segundo turno das eleições de 2022. Ela é ré por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.
Como argumento para ter deixado o País, a deputada licenciada alegou que sofre perseguição judicial por questões políticas.
O ministro Alexandre de Moraes ordenou neste sábado,7, o cumprimento de pena imediata da deputada Carla Zambelli e mandou notificar o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, sobre a perda de mandato da parlamentar.
A decisão reforça o trânsito em julgado (quando se esgotam os recursos) para determinar a execução da pena: 10 anos de prisão, perda de mandato e pagamento de indenização de R$ 2 milhões, junto com o outro condenado, o hacker Walter Delgatti Netto.
Moraes argumenta que Zambelli saiu do Brasil com "objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório".
Zambelli foi condenada em maio deste ano pelos crimes de invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e inserção de dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena inclui 10 anos de prisão, perda do mandato parlamentar e multa.
O hacker Walter Delgatti Netto foi sentenciado a oito anos e três meses de prisão, também em regime inicial fechado, e multa de 480 salários-mínimos. Os dois devem pagar juntos R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.