Você sabe o que são dedos em garra?

Os dedos dos pés pouco ficam expostos quando estamos em um ambiente exterior à nossa casa, mas nem por isso eles estão livres de sofrer deformidades comuns à natureza humana. Pouco se ouve falar e não é comum de se ver, mas os dedos em garra estão presentes em boa parte da população mundial. E incomodam. 

Essa patologia pode atingir todos ou dedos individuais de um ou ambos os pés, e é mais comum entre mulheres, a partir dos 50 anos. De acordo com o ortopedista do Sistema Hapvida Saúde, Eduardo Lima, os dedos ficam constantemente dobrados, em postura flexionada. “Nesta posição, a mobilidade fica limitada e, portanto, prejudicada. A adaptação a calçados fechados é ruim, pois os dedos se aglomeram e o espaço interno é inferior ao que eles pedem”, explica. “Atividades comuns ao dia a dia também se tornam incômodas, como praticar esportes, por exemplo.”

Ainda segundo o médico, a síndrome é causada por uma alteração multifatorial que passeia por hereditariedade e por danos forçosos aos nervos, mas também pode ser proveniente de outras enfermidades. “Reumatismo é outro fator que leva aos dedos em garra, e quando os mais jovens apresentam esta deformidade, esse é o motivo mais comum”, diz.

O estudante João Fontes, de 19 anos, já nasceu com os dedos do pé em garra. Apenas os polegares não eram anormais. Há um ano, o incômodo ao calçar sapatos e tênis ficou insuportável; foi quando ele decidiu procurar um profissional. “Fui à consulta já decidido a fazer cirurgia, pois não queria perder tempo com tratamentos paliativos”, conta o jovem. A intervenção cirúrgica feita em João foi com fios de Kirschner, utilizados na ortopedia para estabilizar ossos fragmentados.

No entanto, alerta o médico do Hapvida, cirurgia nem sempre é a melhor solução. “A deformidade pode voltar”. Não existe um tratamento específico para os dedos em garra, que é variável de acordo com cada paciente e as causas do surgimento da patologia nele. No entanto, há cuidados que aliviam o desconforto, chamado tratamentos conservadores, onde se utilizam órteses e calçados especiais. A avaliação de um ortopedista é sempre recomendada.