Humans of Maceió
Jornaleiro conta como era vender revistas durante a ditadura
“Cheguei aqui nesse ponto ainda garotão. De calça curta, estendi uma lona no chão e comecei a vender revistas nos anos 60. Essa banca aqui tem 57 anos, é a mais antiga da cidade. Aí começou a ditadura. Foi uma parte pesada da minha vida, época de muita censura. Me levaram um monte de revistas. Fui pego, amarrado, mas graças a Deus, nunca apanhei. Quando o general Costa e Silva morreu teve uma edição da revista Veja que foi completamente censurada. Três caras vieram aqui e pegaram todas as edições. Mas, sem querer, eu tinha dez guardadas que não conseguiram achar. Aí distribuí para meus fregueses mais fiéis. Era uma loucura” - Gesivan Rodrigues, 71, dono da banca de revistas "Central".