HACKER

FBI investiga pesquisador que diz ter acessado sistemas de voos nos EUA

Por 19/05/2015 - 09:53

ACESSIBILIDADE


Um pesquisador em segurança disse a agentes federais do FBI que, em várias ocasiões, conseguiu acessar ilegalmente sistemas de aeronaves em pleno voo através dos sistemas de entretenimento das aeronaves, e que em uma determinada vez foi capaz de fazer com que o avião se movesse a um lado. Suas declarações estão sendo investigadas.

O pesquisador, Chris Roberts, foi interrogado ao chegar no aeroporto de Syracuse, em Nova York, no dia 15 de abril. Ele havia insinuado em sua conta no Twitter, durante um voo da United Airlines procedente de Chicago, que poderia fazer com que as máscaras de oxigênio caíssem ou poderia interferir nos sistemas de alerta da cabine de pilotos, segundo documentos que pedem uma ordem de revisão do laptop e outros dispositivos eletrônicos de Roberts.

Roberts é fundador da One World Labs, empresa que pesquisa riscos de segurança. Em fevereiro e março, ele se reuniu com agentes do FBI para falar sobre vulnerabilidades nos sistemas de entretenimento a bordo de certas aeronaves, destaca o documento com sua declaração jurada. Durante as reuniões, afirmou que comprometeu sistemas de 15 a 20 vezes entre 2011 e 2014, usando um cabo para conectar seu laptop a uma caixa eletrônica localizada atrás dos assentos dos passageiros, indica o documento.

“Ele declarou que desse modo ocasionou que um dos motores do avião aumentasse sua potência, provocando um movimento lateral da aeronave durante um desses voos”, afirma a declaração jurada.

A United joga dúvidas sobre suas declarações. "Estamos confiantes de que nossos sistemas de controle de voo não podem ser acessados pelas técnicas que ele descreveu", disse o porta-voz da United Airlines, Rahsaan Johnson, à agência Associated Press. Em comunicado, um representante da Boeing disse que os sistemas de entretenimento das companhias aéreas são isolados dos sistemas de navegação e de voo.

Por outro lado, especialistas em segurança e do governo dos Estados Unidos dizem que tais ameaças cibernéticas são reais, dado que as aeronaves estão cada vez mais conectadas à internet.

Roberts se recusou a fazer comentários nesta segunda-feira (18), quando foi contatado em seu escritório em Denver, Colorado. Em um comunicado emitido por seus advogados, disse que seu “único interesse é melhorar a segurança dos aviões”. “Dada a atual situação, me foi aconselhado a não falar mais”, diz o comunicado.

Um relatório da Controladoria do Congresso dos EUA disse no mês passado que algumas aeronaves comerciais podem estar vulneráveis a hackers através de suas redes sem fio a bordo.

“As aeronaves modernas estão cada vez mais conectadas à internet. Esta interconectividade pode proporcionar potencialmente acesso remoto não autorizado a sistemas eletrônicos de aviação nas aeronaves”, afirma o documento.

Fonte: Gazeta Web


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