CRISE
Migrantes acolhidos pela Igreja na Itália desaparecem
A Itália perdeu os rastros de 40 dos 100 migrantes acolhidos pela Igreja Católica após a crise envolvendo o navio Diciotti, que ficou bloqueado por cinco dias no Porto de Catânia com mais de 150 pessoas a bordo.
Os números são do Ministério do Interior do país e dizem respeito apenas aos deslocados internacionais transferidos para uma estrutura da Conferência Episcopal Italiana (CEI) em Rocca di Papa, nos arredores de Roma.
Os migrantes chegaram ao centro de acolhimento entre 28 e 29 de agosto, em meio a protestos de neofascistas, contrários à recepção de pessoas resgatadas no mar. O grupo fazia parte dos 177 deslocados internacionais salvos no Mediterrâneo pelo navio Diciotti, da Guarda Costeira da Itália, no mês passado.
A embarcação ficou bloqueada por cinco dias no Porto de Catânia, em uma tentativa do ministro do Interior Matteo Salvini de fazer Estados-membros da União Europeia a se oferecerem para recebê-los. O desembarque só foi autorizado após a Igreja, a Irlanda e a Albânia terem se comprometido a acolher parte dos migrantes.
"É um afastamento voluntário, não uma fuga. Foge-se de um estado de detenção, e não é esse o caso. Ninguém quer ficar na Itália, isso já se sabe", afirmou à ANSA o diretor da Caritas no país, Francesco Soddu, acrescentando que eles não eram obrigados a permanecer em Rocca di Papa.