AMÉRICA DO SUL

Venezuela e Guiana vão discutir conflito controverso sobre Essequibo

Reunião está prevista para esta quinta em São Vicente e Granadinas
Por Agência Brasil 14/12/2023 - 09:25
Atualização: 14/12/2023 - 09:31

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O encontro entre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, está programado para ocorrer nesta quinta-feira (14) em São Vicente e Granadinas. A reunião se desenrola em meio a crescentes tensões relacionadas à disputa territorial envolvendo a área de Essequibo, uma região potencialmente rica em petróleo. O desentendimento sobre essa vasta área de selva, abrangendo 160 mil quilômetros quadrados (km²), persiste há décadas, mas ganhou renovada atenção da Venezuela nos últimos anos, especialmente após significativas descobertas de petróleo e gás.

A controvérsia está atualmente sob análise da Corte Internacional de Justiça, embora uma decisão final possa levar vários anos. Recentemente, os eleitores venezuelanos rejeitaram a jurisdição do tribunal em um plebiscito e, em vez disso, expressaram apoio à criação de um novo estado. A Guiana questionou a validade dessa votação, afirmando que a fronteira terrestre não está sujeita a discussão. Analistas políticos em Caracas interpretam o plebiscito como uma manobra de Maduro para avaliar o respaldo ao seu governo antes das eleições presidenciais de 2024, e não como um passo inicial em direção a uma invasão.

O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, também presidente pro tempore da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), será o anfitrião da reunião, conforme anunciado no último fim de semana. O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, expressou a esperança de que o encontro proporcione uma redução das tensões e diminua a agressividade nas declarações da Guiana.

Irfaan Ali, presidente da Guiana, reiterou o compromisso de seu país com a defesa da soberania e fronteiras, ao mesmo tempo em que instou a Venezuela a moderar seus avanços em relação à Guiana. Na semana anterior, Maduro autorizou a exploração de petróleo em Essequibo, o que gerou reações negativas de Ali. Este último procurou assegurar aos investidores, incluindo a Exxon Mobil e a futura parceira Chevron, que seus investimentos estão protegidos, dado que as áreas offshore desempenham um papel crucial na produção de petróleo da Guiana, cuja economia está em expansão.

A Exxon afirmou que está comprometida com o desenvolvimento eficiente e responsável dos recursos, conforme acordado com o governo da Guiana, desconsiderando as alegações infundadas de Maduro sobre seu suposto envolvimento em um complô para prejudicar o plebiscito.

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