POLÍCIA
Serial killer de Maceió tinha mais de 300 contatos de garotas de programa
Material foi encontrado durante a perícia realizada pelo Instituto de Criminalística
Durante as investigações que levaram à prisão de Albino Santos de Lima, apontado como o maior serial killer da história de Alagoas, a Polícia Civil fez uma descoberta intrigante: no celular do criminoso, havia mais de 300 contatos de garotas de programa.
O material foi encontrado durante a perícia realizada pelo Instituto de Criminalística, que analisou o conteúdo do dispositivo apreendido. De acordo com o relatório pericial ao qual o EXTRA teve acesso, a extensa lista de contatos sugere um padrão de comportamento ainda não totalmente esclarecido pelas autoridades. Apesar do alto número de contatos, o delegado Gilson Rego, responsável pelo caso, afirmou que não há indícios de que Albino fosse algum tipo de maníaco sexual.
“Ele não estuprava suas vítimas”, explicou o delegado. Entretanto, a investigação revelou que o criminoso perseguia algumas dessas mulheres, chegando a ser citado em boletins de ocorrência por stalking. As mulheres que registraram esses BOs, no entanto, estão vivas e não há registros de que ele tenha estabelecido contato direto com as vítimas fatais dos homicídios.
A polícia considera a possibilidade de que algumas dessas mulheres perseguidas poderiam ter sido potenciais vítimas do assassino. No entanto, essa linha de investigação não foi aprofundada, uma vez que o foco das apurações esteve voltado para os homicídios confirmados. “Existe essa possibilidade, mas não foi investigado”, afirmou o delegado.
Albino Santos de Lima, de 42 anos, foi preso em setembro de 2024 e é considerado o maior assassino em série do estado de Alagoas. Ele afirmou que suas vítimas estavam ligadas a facções criminosas, mas as investigações confirmaram que elas não tinham envolvimento com organizações criminosas. A polícia continua investigando a possibilidade de outras vítimas.
Recentemente, Albino confessou mais um homicídio. Com esse, o número subiu para 18. Desta vez foi o da idosa Genilda Maria da Conceição, de 75 anos, assassinada na frente do neto de 10 anos. O crime contra a idosa aconteceu em 2019, na Chã da Jaqueira.
O assassinato de Genilda já havia levado à prisão de três suspeitos, incluindo Antônio Guilherme dos Santos, identificado pelo neto da vítima como autor dos disparos. No entanto, após a confissão de Albino e a análise balística da Polícia Científica, Antônio foi liberado.
Segundo a defesa deles, as denúncias se basearam no retrato falado elaborado a partir do depoimento da criança e em relatos anônimos. Dados encontrados no celular de Albino, no entanto, reforçaram sua participação no homicídio. O dispositivo continha o nome completo de Genilda e a data do crime.