BAIRROS AFUNDANDO
DPE reafirma que relatório reconhece movimentação do solo na Fernandes Lima
"Não se pode tratar um assunto tão grave como se fosse um tosco embate político”, afirma defensor
A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE-AL) reafirmou, em nota divulgada à imprensa nesta quarta-feira, 19, que o Serviço Geológico do Brasil (SGB) reconheceu, em nota técnica divulgada em 2022, "indícios de movimentação leve do solo além da Avenida Fernandes Lima”, em Maceió.
Na semana passada, a DPE-AL divulgou uma nota técnica elaborada pelo SGB que revela movimentações do solo em áreas além da Fernandes Lima. O documento foi produzido em 2022, mas só chegou ao conhecimento da DPE-AL neste mês de março.
A revelação desta nota técnica causou grande repercussão entre os maceioenses. Por isso, uma nota conjunta foi divulgada pela Defesas Civis Nacional e Municipal e pelo SGB na qual destacam que as afirmações acerca da presença de afundamento do solo causado pela mineração chegando à Avenida Fernandes Lima e ao bairro da Levada são inverídicas.
Desta vez, a DPE-AL reagiu à nota conjunta afirmando que o comunicado “tenta negar a existência desses indícios, contradizendo a própria avaliação técnica feita pelo órgão em 2022”, e citando o item 7.5 da Nota Técnica 04/2022: “Observamos, que a simetria e continuidade das leituras de taxas pequenas, onde não há precisão do método, os resultados obtidos sugerem movimentação muito sutil na região do Flexal e também em todas as outras direções, inclusive além da Av. Fernandes de Lima".
“Causa estranheza a recente nota conjunta do SGB e das Defesas Civis Nacional e Municipal, que tenta negar a existência desses indícios, contradizendo a própria avaliação técnica feita pelo órgão em 2022. Essa mudança de posicionamento não apenas desorienta a população, mas também compromete a credibilidade das informações oficiais sobre um problema de extrema gravidade”, afirma na nota o defensor público Ricardo Antunes Melro. "Não se pode tratar um assunto tão grave como se fosse um tosco embate político”.
Confira a íntegra da Nota Pública da DPE-AL: