Revira-volta

Saiba como a perícia descartou suicídio e confirmou feminicídio em Alagoas

Foram identificadas lesões, microvestígios e DNA do suspeito no corpo e no apartamento da vítima
Por Assessoria 13/11/2025 - 20:45
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Ascom Polícia Científica
Fragmentos de unha postiça e outros vestígios revelaram o DNA do autor do crime
Fragmentos de unha postiça e outros vestígios revelaram o DNA do autor do crime


A morte de Luana Cristina de Menezes Cabral, 27, inicialmente tratada como suspeita, sofreu uma revira-volta após o trabalho técnico da Polícia Científica de Alagoas. O caso, registrado na noite de sexta-feira, 10 de outubro, no Trapiche da Barra, em Maceió, passou de possível suicídio a feminicídio, graças à atuação integrada dos Institutos de Criminalística e de Medicina Legal.

A mudança de entendimento começou ainda na cena do crime. A perita criminal Nathália Lins constatou que as lesões no corpo de Luana, encontrada apenas de roupas íntimas e com uma camisa enrolada no pescoço — não eram compatíveis com lesões autoprovocadas.

Segundo a perita, havia escoriações e equimoses típicas de esganadura, além de marcas de luta corporal no abdômen e na coxa. Também foram encontrados fragmentos de unhas artificiais no chão e danos na porta de um dos quartos, indicando resistência da vítima. Esses e outros vestígios foram coletados para exame.

Foram recolhidos:

a camisa enrolada no pescoço da vítima;

fragmentos de unhas artificiais;

um copo de vidro;

amostras biológicas das mãos e das lesões da vítima.

O ex-companheiro de Luana, última pessoa vista com ela, estava no local e também teve material biológico coletado para comparação.

O médico-legista Lucas Emanuel confirmou que a morte ocorreu por asfixia mecânica por esganadura, reforçada por sinais evidentes de luta: lesões de defesa e unhas fraturadas nas duas mãos.

As amostras foram encaminhadas aos laboratórios especializados. No Laboratório de Genética Forense, a perita Carmélia Miranda identificou o DNA do suspeito nas unhas artificiais, nas unhas naturais da vítima, no copo de vidro e na blusa que envolvia o pescoço de Luana. A probabilidade estatística de coincidência excluiu outras possibilidades.

Com o conjunto das provas, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sob comando do delegado Gilson Rego, concluiu o caso como feminicídio. O ex-companheiro de Luana, que já havia sido denunciado por ela por violência doméstica, foi preso pela Polícia Civil.


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