Dias após polêmica
Villas Bôas é 1º a ser saudado por Temer em evento
Uma semana depois de ter dado declarações polêmicas sobre "repúdio à impunidade", o comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, participou de cerimônia no Palácio do Planalto, nessa quarta-feira (11).
Ele foi a primeira autoridade a ser cumprimentada pelo presidente Michel Temer ao descer a rampa que liga seu gabinete ao salão nobre do Palácio, onde foi realizado um evento de promoção de generais oficiais das Forças Armadas.
Na véspera do julgamento, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), de um pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula, o general escreveu em suas redes sociais que repudia a impunidade e acrescentou que o Exército está "atento às suas missões institucionais", sem detalhar o que pretendeu dizer com a expressão.
A declaração gerou controvérsia ao ser interpretada por alguns como uma pressão à corte. Na ocasião, o Palácio do Planalto não quis comentar a fala do comandante do Exército.
O evento desta quarta foi o primeiro encontro entre Temer e Villas Bôas desde o episódio. Trata-se de uma mera formalização de promoções que já foram efetuadas pelo presidente.
Cerimônias como esta são comuns no Palácio do Planalto e normalmente realizadas três vezes ao ano. Desta vez, foi oficializada a ascensão de 69 oficiais-generais. Entre eles, o atual secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, general Richard Fernandez Nunes. Deste total, 18 oficiais são da Marinha, 36 do Exército e 15 da Aeronáutica.
Em seu discurso no evento, Temer elogiou o papel das Forças Armadas para o Estado brasileiro. Citando a Constituição Federal, ele disse que são "instituições nacionais permanentes". "A ideia de permanente tem uma ideia de perenidade, de segurança", afirmou.
O presidente disse ainda que em alguns rincões do Brasil, a instituição funciona como a "única manifestação concreta da presença do Estado".
Ele mencionou o papel de garantia da Lei e da Ordem das Forças Armadas. "Nós estamos verificando nos últimos tempos quantas e quantas vezes os estados federados solicitando a presença das Forças Armadas, que nos termos constitucionais permitem e garantem a lei e ordem no nosso Brasil."