SUSPEITO?
Movimentação incomum em gastos de Temer é identificada
Após o encontro de Bolsonaro e do vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), com os 22 novos ministros, nenhuma medida concreta foi anunciada.
Segundo o chefe da Casa Civil, foi solicitado que todos os ministros repassem os atos e os gastos dos últimos 30 dias para elaborarem um relatório a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
"O alto volume causou estranheza", afirmou Onyx, depois de quase três horas de reunião. "O presidente pediu para verificar para onde foi o dinheiro, por que e se tem suporte para ter sido feito."
Onyx anunciou ainda que o governo pretende chamar de "Casa Brasil", um modelo que consiste em reunir toda a estrutura da administração direta nos estados e capitais em um único local.
O objetivo é, segundo ele, permitir a venda dos imóveis ociosos. "A União tem próximo de 700 mil imóveis e ainda aluga espaço", afirmou. "É um contrassenso absoluto."
O ministro, no entanto, não disse qual será a economia com a iniciativa.
Onyx disse também que "faltou coragem" a Temer para "limpar a casa" antes do fim do mandato e demitir servidores supostamente ligados ao PT.
Essa foi a maneira de o ministro justificar a exoneração de 320 funcionários de cargos de confiança vinculados à sua pasta, que passarão a partir de agora por uma triagem para que o novo governo identifique quem foi indicado durante as gestões Lula e Dilma Rousseff. Estes, segundo ele, devem ser demitidos definitivamente. Os outros poderão ser readmitidos nas suas funções.
"Precisamos ter a coragem de fazer o que talvez tenha faltado ao governo que terminou no dia 31 [de dezembro de 2018], de, logo de início, limpar a casa", disse Onyx após a primeira reunião ministerial de Bolsonaro como presidente.
"É o único jeito de poder tocar nossas ideias e nossos conceitos, fazer aquilo que a sociedade brasileira decidiu por maioria. Dar um basta nas ideias socialistas e comunistas que, por 30 anos, nos levaram a esse caos", completou.
Mais uma vez, Onyx adiou a divulgação das prioridades do novo governo -agora, para a próxima terça-feira (8)- e se ateve a medidas de pouco efeito prático para a redução de gastos, porém, afinadas ao discurso político que elegeu o presidente.
Ele disse que a exoneração de mais de 300 servidores da Casa Civil para "despetizar a administração pública", como definiu, foi tomada como exemplo pelo governo.
"Todos os ministros estão autorizados a proceder de maneira semelhante ou ajustada a cada uma das pastas", afirmou.
Apesar disso, ele negou que a prática seja uma caça às bruxas, ao contrário. "O conceito está perpassando todo o governo para desaparelhar e permitir que o presidente Bolsonaro possa executar suas políticas."