GUERRA NA UCRÂNIA
Rússia muda plano de guerra e foca no Leste da Ucrânia

A Rússia decidiu mudar seu plano de guerra na Ucrânia, após afirmar, na última sexta-feira (25), que estava chegando ao fim da primeira fase de sua operação militar. O chefe do principal departamento operacional do Estado-Maior russo, Sergei Rudskoy, afirmou que os militares agora concentram recursos para controlar totalmente Donbas, região que abrange a fronteira entre os dois países.
O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, disse neste sábado que as forças do país estão lutando para tomar duas aldeias ao redor de Donetsk, uma grande cidade controlada por separatistas apoiados pela Rússia desde 2014. Segundo militares da Ucrânia, durante a noite, forças russas também estavam se reagrupando para uma possível nova ofensiva na área contestada que se estende de Luhansk, ao longo da fronteira sul da Rússia com a Ucrânia, ao oeste da cidade portuária de Mariupol.
O foco intensificado de Moscou no Leste da Ucrânia ocorre em resposta à recuperação por forças ucranianas de uma área dominada pela Rússia no início da ofensiva. Segundo um alto funcionário da defesa dos EUA, as tropas da Ucrânia estão agora lutando contra os russos em Kherson, a única capital regional ocupada pela Rússia.
Ontem, Moscou mais que dobrou sua contagem de soldados mortos desde o início dos combates e atingiu 1.351 baixas. O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, em sua primeira aparição pública em cerca de duas semanas, se reuniu com oficiais de defesa para discutir o reabastecimento de armas. "É necessário manter o ritmo estabelecido para o fornecimento de armas avançadas às tropas", disse neste sábado em um vídeo divulgado pelo ministério.
Após um mês que a Rússia invadiu a Ucrânia. Os efeitos da guerra são devastadores. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), perto de 7 milhões de pessoas estão deslocadas internamente, e o número dos que fugiram para países vizinhos está se aproximando rapidamente de 4 milhões.
Isso significa que um em cada quatro ucranianos estão deslocados à força. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), um em cada três deslocados internos sofre de uma condição crônica.