FARPAS TROCADAS
Renan Calheiros e Arthur Lira se acusam de golpistas no Twitter
Parlamentares discutiram após decisão que manteve eleição ao cargo de governador-tampão de Alagoas
O senador Renan Calheiros (MDB) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), trocaram ataques explícitos nas redes sociais ao longo da noite de sexta-feira, 20. A dupla discutiu por causa do imbróglio judicial que envolve a eleição do novo governador-tampão de Alagoas, o que deve ser decidido por meio de uma eleição indireta, já na semana que vem.
Por meio de seu perfil no Twitter, Calheiros comemorou a decisão do presidente em exercício do Tribunal de Justiça de Alagoas, o desembargador José Carlos Malta Marques, que manteve a eleição indireta ao governo do estado para a próxima segunda-feira.relacionadas_esquerda
O magistrado derrubou uma decisão de primeira instância, que havia suspendido o pleito, e atendeu ao pedido da procuradora-geral do Estado, Samya Suruagy. Ela alegou que, ao adiar a disputa por tempo indeterminado, poderia causar graves lesões à ordem pública jurídico constitucional e administrativa de Alagoas.
Ao comentar a decisão do TJ, Calheiros escreveu que “a independência dos poderes é sagrada”. Em seguida, acusou Arthur Lira de articular um “golpe para impedir a eleição para o governo de Alagoas na forma da Constituição” e classificou o movimento como “quarteladas, afrontas aos poderes e desacato às decisões judiciais”.
Pouco depois, Lira também citou diretamente Calheiros, que já presidiu o Senado por dois mandatos. O deputado disse que Calheiros “entende bem” sobre dar golpes. “Foi assim que ele tentou conduzir o Congresso Nacional e, várias vezes, desrespeitou decisões judiciais”, completou. Na sequência do post, Lira afirmou ainda que o senador “achaca e interfere nos poderes, desrespeita a vontade popular e quer fazer do Estado a extensão do seu latifúndio”.
Governador-tampão
O mandato-tampão é necessário porque o governador Renan Filho (MDB) renunciou para se candidatar ao Senado em outubro. Já o vice-governador eleito em 2018, Luciano Barbosa (MDB), também renunciou ao cargo em 2020 para ser candidato (e vencer) a prefeito de Arapiraca.
Terceiro na linha de sucessão, o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Marcelo Victor (MDB), abdicou do cargo temporário porque, se assumisse, estaria impedido de disputar a reeleição para renovar seu mandato como parlamentar.
Com isso, o governo de Alagoas está desde o dia 2 de abril nas mãos do presidente do Tribunal de Justiça, o desembargador Klever Loureiro.
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