O destino do Cesmac

As mudanças propostas pela Lei Delegada Municipal 012/2025 que colocam sob controle da Prefeitura de Maceió a Fundação Jayme de Altavila, devem conter a mais ilimitada franqueza. E isso não se faz com meras pretensões políticas embutidas na criação de novo órgão.
Os deveres são recíprocos entre o Município de Maceió e a atual direção da Fejal. Há de funcionar sinceridade por sinceridade, numa permuta leal nas relações, mantendo um nível elevado nas combinações, mesmo com interesses contraditórios (público e privado).
A questão já aparece na arena política, criando autoridade benfazeja e crescente para o Município de Maceió. O problema é como se mostrar capaz de corresponder às questões sociais do ensino público municipal superior. São verdades a que não há meio de cerrar os olhos.
Se o mais firme propósito das mudanças não mantiver inteiro e incólume a Fejal, terá sido a mais dolorosa de todas as decepções para os atuais integrantes da diretoria. O prefeito de Maceió precisa saber disso.
Registre-se que o Município de Maceió se apropriará da existência, da severidade financeira, da abastança e do conforto da Fejal sem que tenha feito quaisquer investimentos durante décadas. E tudo acontece sob pressão de incalculáveis interesses imperiosos e de forças desencadeadas.
Imagina-se que não há meios de estabelecer essas mudanças, beneficamente. E isso acaba promovendo reações, até mesmo exageradas e funestas, para a sobrevivência do futuro órgão. Daí ser preciso maior exame do problema causado com o alargar da ação do Município de Maceió nessa intervenção branca nos destinos da Fejal.
Em suma: a Lei Delegada Municipal 012/2025 não operará o resultado almejado pela administração municipal sem marcar profundos arranhões e desgostos na relação Fejal/Município de Maceió. Tem-se, portanto, um estupendo erro de cálculo e a construção de verdadeira desordem administrativa. E isso evidentemente vai na contramão da desassombrada superfície da administração do prefeito JHC.
Estranho é que a diretoria da Fejal, vivendo esse problema desde o mês de julho, não tenha feito nada para atenuar a autoridade altíssima do Município de Maceió sobre aquela instituição, através da deliberação legislativa, da legitimidade e da eficácia da nova lei. A torrente das incertezas paira sobre a mais respeitada entidade de ensino superior particular das Alagoas.