RIO LARGO

Vereadores são acusados de receber R$ 50 mil, cada, para rejeitar CEI contra Gilberto Gonçalves

Compra dos votos foi acordada durante a sessão da Câmara que decidiria apurar denúncias contra o prefeito
Por Tamara Albuquerque 19/08/2022 - 18:21
Atualização: 19/08/2022 - 19:36

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Divulgação
Gilberto Gonçalves (PP) foi afastado do cargo de prefeito de Rio Largo por 60 dias
Gilberto Gonçalves (PP) foi afastado do cargo de prefeito de Rio Largo por 60 dias

Os oito vereadores de Rio Largo que votaram contra a abertura da Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar as denúncias de corrupção que pesam sobre o prefeito afastado Gilberto Gonçalves (PP) receberam, cada um, R$ 50 mil pelo voto. A denúncia que circula nas redes sociais e grupo político da cidade, foi postada na tarde desta sexta-feira, 19, pelo morador Helder Moura, que faz parte de um grupo de combate à corrupção no município, em ação há duas décadas. 

Segundo Moura, durante a sessão da Câmara Municipal para decidir a abertura da CEI, realizada nesta quinta-feira, 18, o vereador Ivanildo Rufino, da base aliada do prefeito, recebeu uma ligação (que seria de um parente do prefeito), fazendo a proposta da compra do voto, que foi aceita. No total, o valor da propina chegou a R$ 400 mil. A instalação da CEI foi rejeitada por oito votos contra três. Helder Moura não divulgou o nome da fonte, mas disse se tratar de um político.

Votaram contra a abertura da CEI os vereadores  Carlinhos Reis, Jefferson Alexandre, Ivanildo Rufino, Tiago Vasconcelos, Márcio Sores, Ismael Ferreira, Aline Diniz e Isaac Pereira.

Helder Moura faz parte do grupo que denunciou a corrupção na qual o município está mergulhado ao desembargador Rubens de Mendonça Canuto, do TRF-5. O grupo entregou uma carta onde narra o envolvimento do prefeito Gilberto Gonçalves e de sua família em crimes de improbidade, incluindo as acusações atuais apontadas em inquérito investigativo da Polícia Federal que culminaram com o afastamento do prefeito por 60 dias.

Na próxima semana, o grupo estará reunido pessoalmente com o desembargador do TRF-5 para relatar a situação de "imoralidade na cidade", que hoje tem como prefeita a esposa de Gonçalves, Cristina Gonçalves. O prefeito afastado é alvo de investigação da Operação Beco da Pecúnia, da PF, que apura desvio de recursos federais da Educação e Saúde, num valor de R$ 20 milhões. A reportagem do EXTRA não conseguiu contato com os vereadores acusados, mas o espaço está aberto para ouvir as versões sobre o caso.


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