RIO LARGO
Vereadores são acusados de receber R$ 50 mil, cada, para rejeitar CEI contra Gilberto Gonçalves
Compra dos votos foi acordada durante a sessão da Câmara que decidiria apurar denúncias contra o prefeitoOs oito vereadores de Rio Largo que votaram contra a abertura da Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar as denúncias de corrupção que pesam sobre o prefeito afastado Gilberto Gonçalves (PP) receberam, cada um, R$ 50 mil pelo voto. A denúncia que circula nas redes sociais e grupo político da cidade, foi postada na tarde desta sexta-feira, 19, pelo morador Helder Moura, que faz parte de um grupo de combate à corrupção no município, em ação há duas décadas.
Segundo Moura, durante a sessão da Câmara Municipal para decidir a abertura da CEI, realizada nesta quinta-feira, 18, o vereador Ivanildo Rufino, da base aliada do prefeito, recebeu uma ligação (que seria de um parente do prefeito), fazendo a proposta da compra do voto, que foi aceita. No total, o valor da propina chegou a R$ 400 mil. A instalação da CEI foi rejeitada por oito votos contra três. Helder Moura não divulgou o nome da fonte, mas disse se tratar de um político.
Votaram contra a abertura da CEI os vereadores Carlinhos Reis, Jefferson Alexandre, Ivanildo Rufino, Tiago Vasconcelos, Márcio Sores, Ismael Ferreira, Aline Diniz e Isaac Pereira.
Helder Moura faz parte do grupo que denunciou a corrupção na qual o município está mergulhado ao desembargador Rubens de Mendonça Canuto, do TRF-5. O grupo entregou uma carta onde narra o envolvimento do prefeito Gilberto Gonçalves e de sua família em crimes de improbidade, incluindo as acusações atuais apontadas em inquérito investigativo da Polícia Federal que culminaram com o afastamento do prefeito por 60 dias.
Na próxima semana, o grupo estará reunido pessoalmente com o desembargador do TRF-5 para relatar a situação de "imoralidade na cidade", que hoje tem como prefeita a esposa de Gonçalves, Cristina Gonçalves. O prefeito afastado é alvo de investigação da Operação Beco da Pecúnia, da PF, que apura desvio de recursos federais da Educação e Saúde, num valor de R$ 20 milhões. A reportagem do EXTRA não conseguiu contato com os vereadores acusados, mas o espaço está aberto para ouvir as versões sobre o caso.